Embora tenha havido progresso na eletricidade em áreas específicas, como o aumento da capacidade de energia renovável, muitos desafios permanecem, especialmente nas regiões mais carentes, como a África Subsaariana​. É o que aponta o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024, divulgado pelas Nações Unidas, que aponta avanços e desafios globais para garantir energia acessível, confiável e sustentável para todos até 2030 e, com isso, alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 (ODS 7).

Uma das maiores barreiras identificadas para atingir o ODS 7 é a necessidade de triplicar os investimentos globais em eficiência energética e infraestrutura de energia limpa. A atual taxa de melhora na intensidade energética global é insuficiente e, para se alinhar aos objetivos, precisaria saltar para uma média anual de 4% até 2030. Contudo, altas taxas de juros e a dificuldade de financiamento para projetos nos mercados emergentes têm limitado o ritmo de transformação energética nessas regiões​.

Além disso, embora o acesso à eletricidade tenha progredido significativamente, cerca de 660 milhões de pessoas ainda podem permanecer sem eletricidade até o final da década, caso políticas mais robustas e investimentos adicionais não sejam implementados. As disparidades regionais são acentuadas, com o maior déficit concentrado na África Subsaariana, onde mais de 80% das pessoas sem acesso à eletricidade residem​.

Outro ponto crítico é o acesso a métodos de cocção limpos e modernos, uma meta que está longe de ser alcançada. Em 2022, cerca de 2,1 bilhões de pessoas ainda dependiam de combustíveis poluentes para cozinhar, como lenha e carvão, o que representa sérios riscos à saúde e ao meio ambiente. Sem uma intensificação nas iniciativas de políticas públicas, estima-se que aproximadamente 1,8 bilhão de pessoas ainda estarão sem acesso a opções de cocção limpas até 2030​.

O relatório das Nações Unidas destaca a urgência de ações coordenadas para apoiar o crescimento sustentável, com foco no fortalecimento de marcos regulatórios e no incentivo a soluções tecnológicas inovadoras. Programas de energia descentralizada, como redes minigrids e sistemas solares individuais, são vistos como alternativas promissoras para expandir o acesso em áreas rurais e remotas, especialmente nos países em desenvolvimento​.

Para o Brasil, o cenário apresenta um misto de desafios e oportunidades. O País tem potencial significativo para contribuir com o crescimento global de energias renováveis, especialmente através de projetos solares e eólicos em larga escala. Entretanto, políticas consistentes e o estímulo a financiamento acessível serão essenciais para acelerar a adoção de tecnologias sustentáveis e para cumprir as metas do ODS 7, especialmente no contexto de comunidades isoladas da Amazônia e outras áreas remotas​.

*Com informações de Ferraz Jr do Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 07 – Energia Limpa e Acessível

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