Fotos: Marcelo Camargo (Agência Brasil) e Ricardo Stuckert (Assessoria)

Uma característica muito forte nesta eleição é o debate focado na figura das pessoas. Na eleição presidencial, por exemplo, há aqueles que carregam um sentimento antipetista, ou os que tem uma completa aversão a um projeto contrário puxado pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL).

Nos últimos dias foram bastante disseminadas as colocações Ele Sim ou Ele não, fazendo uma alusão a uma candidatura do presidenciável do PSL. Por outro lado, há a crítica da figura do “poste” de Lula (como colocado pelos adversários), o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). Segundo recentes pesquisas divulgadas pelo Ibope e Datafolha, é grande a probabilidade de um segundo turno entre os dois.

Até então estamos em um processe eleitoral com tensão, numa clima de torcida organizada. Vivenciamos uma campanha baseada em nomes, figuras, mas não em projetos. O que de fato pode mudar a nossa vida não estamos nos preocupando.

Faltando poucos dias para a realização do 1º turno das eleições, é oportuno o cidadão verificar o plano de governo, as propostas, e não ficar estacionado em um debate raso, que não discute de fato os problemas do país.

O Brasil vive uma crise financeira, com um tremendo desequilíbrio fiscal, um profundo deficit, milhões de pessoas desempregadas, sem a garantia de serviços essenciais básicos como Saúde, Educação, Segurança Pública, Habitação, entre outros.

Eleitores e candidatos estão num clima bem quente, mas que não levam a lugar algum. Evidente que os candidatos canalizam ideologias, formas de se governar, mas o debate não pode ficar apenas neste nível. Eleitores devem avaliar com cuidado o que cada presidenciável de fato defende.

Nenhum candidato é obrigado a assumir compromissos firmados na campanha, não há nada legalmente que o determine a cumprir o que prometeu no processo eleitoral, mas o conhecimento, o acompanhamento do cidadão é fundamental para saber se de fato promessas serão cumpridas ou não.

O clima de torcida organizada não faz bem para o eleitor, para os candidatos, e principalmente para o futuro do país. Os presidenciáveis ficam mais preocupados em responder questões relativas ao clima de tensão, do que de fato discutir pontos que vão interferir na vida de cada um de nós brasileiros, esfriando a possibilidade de um verdadeiro debate, afastando perspectivas melhores.