O então presidente do Goiás Esporte Clube, Marcelo Almeida concedeu entrevista à Rádio Sagres em julho de 2019, detalhando um pouco da situação financeira na Serrinha. Naquele ano o Verdão retornou para Série A do Campeonato Brasileiro e terminou a competição na 10ª posição.
Marcelo revelou que o clube fechava no vermelho em cerca de R$ 2 milhões todo mês. Levei um susto e acredito que boa parte de quem estava ouvindo também.
Porém a vida seguiu e o buraco seguiu aberto. Por isso é fácil entender o que está acontecendo agora. Difícil é entender porque ninguém fez nada para evitar o crescimento do absurdo.
Acompanhei a entrevista na Televisão Brasil Central, de Sérgio Rassi, presidente do alviverde de 2014 até agosto de 2018 – quando renunciu ao cargo. O ex-dirigente detalhou a realidade financeira que pegou o Goiás no início do seu mandato e como entregou.
Quando sentou na cadeira da presidência a conta do clube estava negativa em 24 milhões de reais. Além disso havia 70 milhões em acordos judiciais a serem pagos.
Rassi não foi bem no futebol e isso é um fato. Não conseguiu ter ao seu lado bons profissionais neste departamento, porém deixou o Goiás com 42 milhões na conta.
Esse dinheiro acabou. Bem como as receitas seguintes adquiridas com patrocínios, televisão, negociações de jogadores como foi o caso de Carlos Eduardo.
Os motivos são muitos para uma AUDITORIA.
O conselho deliberativo e a torcida merecem conhecer os detalhes de todas as ações neste período e principalmente saber onde foi gasto todo esse dinheiro.
Paulo Rogério que é considerado por Sérgio Rassi um ‘garoto prodígio’, me revelou que pegou o Goiás com 34 milhões de dívidas. Disse que vem conseguindo pagar todos os compromissos da sua gestão.
O ex-presidente disse que o atual mandatário não vai conseguir colocar em prática sonhos audaciosos e grandes ideias que tem em um curto espaço de tempo. Mas acredita em uma gestão firme. “Tenho certeza que o Paulo Rogério tem a austeridade que o clube precisa neste momento. Ele tem os pés no chão, mas é certo que teremos muito sofrimento por um tempo”, disse Sérgio Rassi.
Rassi pegou um Goiás quebrado, porém um clube que ainda tinha um contrato com a Globo.
Paulo pega um Goiás com uma dívida menor do que Rassi, porém sem contrato de televisão.
Resposta
Tive um contato com Paulo Rogério Pinheiro após a divulgação desta publicação e ele me relatou que já existe em andamento uma auditoria no Goiás e que isso acontece já anualmente. Até o fim de abril o balanço financeiro será apresentado no site da agremiação.
Todo esse processo já está acontecendo e o resultado será apresentado inicialmente ao conselho fiscal que vai analisar os dados e na seqüência vai sugerir a aprovação ou rejeição das contas.
Depois vem a publicação no site e encaminhamento ao conselho deliberativo que apresenta aos conselheiros em reunião que terão a missão de decidir pela aprovação do que for apresentado. Em caso de rejeição a analise pode até chegar a outras esferas.
