Goiânia passa pela segunda onda da pandemia da Covid-19, com números de novos casos crescendo e com mais internações sendo necessárias. O secretário Municipal de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, disse em entrevista ao Sagres Sinal Aberto, que para evitar um colapso na saúde a Prefeitura de Goiânia tem aberto novos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) diariamente, mas que esta é uma medida limitada.
“Nós vamos, em breve, chegar numa condição de que não há mais possibilidade de abertura de leitos, porque não existirão unidades hospitalares que possam oferecer os leitos […] Não existe situação de conforto, existe uma situação de segurança, mas que chama a atenção, inclusive pela disseminação da doença”, afirmou Durval, que ainda relatou que os hospitais estão com dificuldades para montar as equipes que vão operar os leitos.
O secretário explica que há leitso públicos e os leitos privados, além dos leitos de hospitas estaduais, como o Hcamp. Segundo ele, os leitos que estão sob a regulação direta de Goiânia está com taxa de ocupação de 71%. De 209 leitos abertos, 149 estão ocupados.
Durval conta que Goiânia ainda pode abrir cerca de mais 40 leitos, com o número total podendo chegar a 250 unidades de terapia intensiva. “Essa seria a capacidade máxima plena. Mas é uma situação que depende muito de estrutura do hospital conseguir recursos humanos para operacionalizar esses leitos”.
A mudança no decreto da prefeitura, que antes previa o fechamento de distribuidoras às 20h e depois passou para as 22h, foi classificada pelo secretário, como uma readequação ao decreto estadual. Para Durval, a prefeitura havia sido mais rígida e isso poderia prejudicar o setor das distribuidoras. “A punição para aquela faixa econômica, daquelas pessoas ali [donos das distribuidoras], seria muito mais grave do que seria do ponto de vista da segurança”.
Porém, o secretário afirmou que a fiscalização está sendo feita e que locais que desrespeitarem as regras poderão ser autuados. “Distribuidora de bebidas não deveria ser um local de consumo. O local de consumo deveria ser em casa mesmo e não funcionar como um bar clandestino”.
Fechamento por atividade
Durval Pedroso participa da reunião com o governador e demais prefeitos para debater um novo sistema, que deve classificar as regiões do estado em situação de alerta, situação crítica e situação de calamidade. Conforme a avaliação, medidas mais rígidas poderão ser adotadas.
O secretário contou que há um planejamento para a cidade de Goiânia, que não deve fechar estabelecimentos por região, mas por atividades. “Isso depende da análise dos dados junto com a equipe técnica também, mas provavelmente, instituir-se uma redução em alguns ambientes, que hoje estão contemplados, por exemplo, com 50% de taxa de ocupação já seria uma estratégia sim. Reduzir o horário e funcionamento de determinadas atividades, criar, talvez”.
Vacinação na capital
Durval Pedroso contou que as doses recebidas pela cidade devem acabar amanhã, mas que espera um novo carregamento já na próxima segunda-feira (22). O secretário destacou que Goiânia já imunizou mais de 65 mil pessoas e que o público-alvo, antes limitado a pessoas acima de 85 anos, tem se expandido conforme a vacinação prossegue.
Segundo Durval, historicamente, Goiânia fica com 35% das doses de vacinas do Estado, enquanto os outros 65% são distribuídos. Porém diante do momento, o secretário tem solicitado uma atenção maior a Secretaria de Estado da Saúde. “Goiânia tem um público muito maior e, talvez, essa quantidade seja pouca, haja vista a capacidade que Goiânia tem de atingir o público”.