Foto: Arquivo/Sagres On

Milhares de motoristas de aplicativo protestam nesta segunda-feira (28) às 8h na região do estacionamento do Estádio Serra Dourada, no Setor Jardim Goiás, contra a violência. De acordo com o presidente da Associação dos Motoristas por Aplicativos de Goiás (Amago), Leidson Alves, a principal reivindicação da categoria é por mais segurança. “Segurança, direito ao contraditório quando o motorista é bloqueado e não tem direito de resposta; o reconhecimento facial por parte dos passageiros, como é feito com o motorista, e outras reivindicações”, afirma. 

Só na região metropolitana, são cerca de 35 mil motoristas de aplicativo. Na última quinta-feira, o motorista Mauro Fernando Pires Dantas, de 26 anos, foi baleado em uma tentativa de assalto por parte dos próprios passageiros, e precisou ser internado no Hugo. No último dia 14, outro motorista foi vítima de violência, Carlos Augusto dos Santos Lopes, de 25, não resistiu. O crime aconteceu no Setor Urias Magalhães. Leidson Alves diz que a categoria consegue diálogo com o governo e as forças de segurança, mas não conta com nenhum amparo das empresas. 

“Por parte dos aplicativos não temos nenhum respaldo. Tanto é que o Mauro, que foi baleado, não teve nenhum respaldo da 99 Pop (sic), que era o aplicativo que ele estava usando. Até mesmo a família do Carlos, que foi assassinado e que fez o traslado até o Maranhão, também não teve nenhum respaldo. Nenhum aplicativo entrou em contato com a família”, afirma. 

Os escritórios das duas das principais empresas de aplicativo que atuam na capital ficam no Jardim Goiás. Questionado se recomendaria o trabalho de motorista de aplicativo a quem procura atuar na área, confira o que Leidson Alves respondeu à nossa reportagem.

“Só se for no último caso mesmo. Já estou com meu psicológico abalado. Eu não recomendaria. A pessoa que pensa em ser motorista de aplicativo tem que pensar, no mínimo, duas vezes”, afirma. 

Em nota, a Uber afirma que a segurança é prioridade para a empresa, e que segue investindo constantemente em novas tecnologias. Uma delas é o recurso de machine learning, que bloqueia viagens consideradas mais arriscadas.

Ainda na nota, a Uber informa que “o aplicativo exige do usuário que quiser pagar somente em dinheiro que insira o CPF e data de nascimento, dados que são checados na base de dados do Serasa”, e que todas “as viagens são registradas por GPS, o que permite que a Uber colabore com as autoridades, nos termos da Lei, em caso de necessidade, e o motorista também pode compartilhar a localização, o trajeto e o horário de chegada, em tempo real, com quem desejar”.

Confira a nota da Uber na íntegra

“A segurança é prioridade para a Uber, por isso a empresa segue investindo constantemente em novas tecnologias.

A Uber passou a adotar no Brasil o recurso de machine learning, que usa a tecnologia para bloquear viagens consideradas mais arriscadas. Esta ferramenta usa algoritmos que aprendem de forma automatizada a partir dos dados e bloqueia viagens consideradas potencialmente mais arriscadas, a menos que o usuário forneça detalhes adicionais de identificação. A empresa lançou, também, uma ferramenta que reúne os recursos de segurança para motoristas parceiros, inclusive um botão para ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app.

Além disso, o aplicativo exige do usuário que quiser pagar somente em dinheiro que insira o CPF e data de nascimento, dados que são checados na base de dados do Serasa .Todas as viagens são registradas por GPS, o que permite que a Uber colabore com as autoridades, nos termos da Lei, em caso de necessidade, e o motorista também pode compartilhar a localização, o trajeto e o horário de chegada, em tempo real, com quem desejar. O aplicativo permite, ainda, que solicitações de viagens sejam canceladas por motoristas parceiros quando não se sentirem seguros.

Por fim, nossos parceiros contam com um número de telefone 0800 para registrar e solicitar apoio da Uber depois que tiverem comunicado incidentes às autoridades e estiverem em segurança – por exemplo, no caso da necessidade de acionar o Seguro para Acidentes Pessoais que cobre todas as viagens.”

Também por meio de nota, a empresa 99 afirma que “tem como política estar sempre aberta ao diálogo com os usuários, motoristas e passageiros”, e que respeita “o direito à liberdade de expressão e manifestação dentro dos limites legais e da ordem pública”.

Ainda na nota, a 99 diz que “lamenta profundamente esses casos de violência e se solidariza com a família das vítimas”, e que “tem a segurança como prioridade em sua estratégia, com foco em três pilares: prevenção das ocorrências, proteção dos motoristas durante o trabalho e atendimento humanizado, quando necessário”. 

A 99 diz ainda que o “motorista conta com câmeras de segurança, outra ferramenta que contribui para aumentar a segurança do usuário do aplicativo. A iniciativa está em fase de expansão e a região de Goiânia foi uma das primeiras a receber a tecnologia”.

Confira a nota da 99 na íntegra

“A 99 tem como política estar sempre aberta ao diálogo com os usuários, motoristas e passageiros. Respeitamos o direito à liberdade de expressão e manifestação dentro dos limites legais e da ordem pública. 

A empresa lamenta profundamente esses casos de violência e se solidariza com a família das vítimas. A empresa tem a segurança como prioridade em sua estratégia, com foco em três pilares: prevenção das ocorrências, proteção dos motoristas durante o trabalho e atendimento humanizado, quando necessário. Ou seja, o aplicativo atua pela segurança antes, durante e depois das corridas. 

Antes das chamadas, os motoristas recebem informações sobre o destino, a nota do passageiro e se ele é frequente, além de o app pedir ao passageiro que inclua CPF ou cartão de crédito antes da primeira corrida. Os condutores podem escolher não receber pagamento em dinheiro e a empresa realiza cursos presenciais com orientações sobre segurança, indicando tipos de corridas suspeitas, zonas de risco e explicando a central de atendimento. Outros recursos focados em prevenção são o uso de inteligência artificial que pode evitar ocorrências ao vasculhar padrões de comportamento de pessoas mal-intencionadas e bloquear as chamadas de risco, além de mapear zonas perigosas com o envio de notificações ao condutor para que ele possa decidir aceitar ou não a viagem. 

Durante as corridas, o motorista conta com câmeras de segurança, outra ferramenta que contribui para aumentar a segurança do usuário do aplicativo. A iniciativa está em fase de expansão e a região de Goiânia foi uma das primeiras a receber a tecnologia. Os dispositivos são conectados à Central de Segurança da empresa, composta por uma equipe de profissionais especializados, disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, que trabalham exclusivamente na tratativa de possíveis incidentes de corridas monitoradas na plataforma por meio de alertas gerados pelos usuários. Motoristas, ao acionarem o botão integrado à câmera; e passageiros, ao acionarem o botão de segurança disponível no aplicativo, ativam o dispositivo. Quando os alertas são gerados, a câmera garante acesso às imagens em tempo real e os dados são mantidos em confidencialidade. Além disso, o condutor pode acionar o kit de segurança, que compartilha a rota com parentes e amigos em tempo real. 

Para depois das viagens, a empresa possui uma central telefônica, que responde prontamente em caso de necessidade. Os condutores estão protegidos em suas corridas realizadas pela 99 e podem acionar a empresa a qualquer momento em busca deste atendimento. Além disso, desde o aceite até a finalização das corridas, eles são cobertos por um seguro contra acidentes pessoais.”

Matéria atualizada às 16h48 desta segunda-feira, 28/10/2019, para acréscimo das notas da Uber e 99.