Foi suado, brigado, emocionante ao extremo. O retrato do jogo foi, sem dúvida, o garoto Bernard, que nos seus 20, poucos anos, sentiu cãibras muito fortes na prorrogação e mesmo sem condições, ficou no campo o quanto pôde. Sim, teve prorrogação, teve gol no final do 2º tempo, teve pênaltis e teve um Mineirão pulsante. No fim, o Atlético-MG venceu no tempo normal por 2 a 0, empatou na prorrogação e venceu nos pênaltis por 4 a 3, conquistando o sonhado título da Libertadores.

O Jogo

A expectativa antes da partida era imensa e o clima de tensão, emoção e confiança tomou conta de um Mineirão que virou um caldeirão. Desde os primeiros minutos, o Atlético-MG tentou exercer uma forte pressão, mas não conseguiu fazer o mesmo que contra o Newell’s, na semifinal. Ronaldinho tentou resolver e num chute de fora da área, fez o goleiro paraguaio trabalhar.

O Olímpia, na verdade, foi que mais assustou e quem mais esteve perto do gol na primeira etapa. Bareiro e Alejandro Silva tiveram excelentes chances, as duas pelo lado esquerdo de ataque, mas Victor cresceu no gol e fez boas defesas. Mesmo com o placar empatado, os jogadores foram para os vestiários com o grito do torcedor de “Eu acredito”.

2º tempo

Um Galo doido e vingador foi o que voltou para a etapa final. No primeiro lance de Rosinei, que entrou no lugar do volante Pierre, veio o cruzamento e o artilheiro Jô, logo no primeiro minuto, empurrou para a rede e fez o Mineirão balançar. A sequência do jogo foi de muita pressão, com chances perdidas por Tardelli, Jô e Leonardo Silva, que em cabeçada forte, acertou a trave.

O Olímpia quase resolveu a parada quando Ferreyra saiu na cara de Victor, chegou a fintar o goleiro fora da área, mas escorregou e perdeu o gol, escancarado e sem goleiro. Foi o sinal dos céus para o Atlético. Na sequência, aos 39, Manzur fez falta dura, e como já tinha amarelo, foi expulso. Aos 41, veio o gol: Bernard cruzou da direita e Leonardo Silva testou firme para fazer 2 a 0 e levar o jogo para a prorrogação.

Prorrogação

Foram 30 minutos tensos, de superação e muito desgaste, mas acima de tudo, 30 minutos de equipes cautelosas demais. O Galo quase chegou ao gol do título com Réver, que em cabeçada forte, acertou o travessão do Martín Silva. Guilherme também tentou, mas o goleiro paraguaio estava atento. Veio o 2º e a briga de Bernard contra a cãibra, onde o jogador venceu e ficou no sacrifício. No fim, em falta na entrada da área, Pittoni quase calou a torcida do Galo.

Pênaltis

Tensão e emoção dobradas, mas uma tranquilidade recaiu logo na primeira cobrança. Miranda chutou no meio do gol, Victor adiantou muito e defendeu com os pés. Todos foram acertando as cobranças, com Alecssandro, Guilherme, Jô e Leonardo Silva batendo muito bem. Na última cobrança do Olímpia, Jímenez acertou a trave e o choro atleticano de emoção rolou solto, com o título assegurado.