Durante os próximos 60 dias uma comissão formada por membros da Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público e da sociedade civil organizada irão analisar as informações existentes de pessoas desaparecidas e que tiveram o último contato com policiais.

O secretário de Segurança Pública, João Furtado, reforçou que a missão desta comissão não será de investigação. “Vamos elaborar um relatório transparente, eficiente, claro, que possa esclarecer as dúvidas que hoje pairam na sociedade quanto à transparência, quanto ao empenho das forças de seguranças na apuração do desaparecimento de pessoas após abordagens da polícia”, definiu o Secretário.

“Eu espero que ao longo do trabalho dessa comissão nós tenhamos respostas a oferecer à sociedade goiana, e às famílias das vítimas. Eu acredito que ao longo deste trabalho, inquéritos serão concluídos, pessoas serão indiciadas, e fatos serão esclarecidos”, disse João Furtado. De acordo com ele, um dos trabalhos da comissão será a de levantar o número exato de desaparecidos.

“A comissão deverá fazer a pesquisa perante às delegacias que registram o desaparecimento de pessoas e confrontar esse desaparecimento de pessoas com a possibilidade de abordagem. Essa é uma mera sugestão, já que a comissão tem liberdade absoluta para organizar e conduzir os seus trabalhos”, explicou.

Prazo

A superintendente de Direitos Humanos da Secretaria de Segurança Pública, Adriana Accorsi, acredita que o prazo de 60 dias será suficiente para avaliar os casos. Adriana destacou que o relatório será na verdade uma conclusão do que ainda pode ser feito nas investigações. 
“Vamos analisar cada caso, ver se há indício de crime, como está sendo investigado, porque não foi esclarecido ainda, o que precisa, qual a sugestão que nós fornecemos, se é necessário uma prova pericial, se são necessários mais policiais nessa investigação”, esclareceu.

“Nós vamos sugerir o que deve ser feito, no sentido de que deve ser esclarecido, porque são anos que decorreram de várias dessas denúncias, e os casos não foram resolvidos”, concluiu.