A cidade de Goianésia mantém em seu Legislativo um condenado por estuprar crianças e o fato é cada vez mais grave. Nesta quinta-feira, a Comissão de Ética da Câmara local emitiu parecer sobre o vereador Temal Carrilho, que pegou 17 anos de prisão por pedofilia. Sua vítima é uma sobrinha, que começou a ser agredida sexualmente aos 9 anos de idade.

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Leia trechos do parecer, assinado por três vereadores, Valmiro Pimenta, Edvam da Costa (presidente da comissão) e Fábio Oliveira (vice-presidente)

PARECER DA COMISSÃO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR

“A Comissão de Ética e Disciplina foi acionada através do presidente João Chimango a opinar sobre fatos largamente noticiados pela imprensa sobre a condenação do vereador Carrilho pela Justiça desta Comarca, cuja pena teria sido em torno de 17 anos e 20 dias de reclusão.

Deliberou-se por unanimidade que seria prudente uma audiência com o digno promotor de Justiça da Vara Criminal, dr. Antônio de Pádua Freitas Júnior, para esclarecimento sobre a referida ação penal.

O honrado promotor externou que, de acordo com a Constituição Federal, ‘Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença condenatória’. E, no caso presente, houve recurso por parte do acusado ao Tribunal de Justiça de Goiás, estando a ação penal sub judice, isto é, ainda não transitou em julgado.

A sentença condenatória quando concluída, em casos assemelhados, já impõe a suspensão dos direitos políticos e, consequentemente, a perda de mandato eletivo em curso.

Assim, esta comissão não tem amparo neste momento para solicitar a instauração do Processo Ético Disciplinar por quebra de decoro parlamentar.

Vale ressaltar que os supostos fatos imputados ao vereador Carrilho não se deram nas dependências desta Casa Legislativa nem no exercício parlamentar. Não ocorrendo situação fática diretamente ligada à prática das atividades do mandato, não se vislumbraria a incidência da falta ética”.

Assim é o relatório da Comissão de Ética da Câmara de Goianésia. Em resumo, diz duas aberrações:

que só vai abrir processo para apurar o estupro quando o estuprador já estiver preso;

que para abrir processo é preciso o vereador estuprar crianças no prédio da Câmara.

Não vamos esquecer as vítimas de pedofilia. Este documento surreal é mais uma forma de lembrá-las.