Em homenagem ao Dia do Patrimônio Cultural, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) lança nesta segunda-feira (6), o Concurso Nacional de Projeto para Habitação Quilombola. O objetivo é selecionar o melhor projeto para a construção de moradias nas comunidades remanescentes de quilombos localizados em Goiás, como parte dos programas habitacionais da Agência Goiana de Habitação (Agehab), parceira na realização do concurso.

O prazo para envio de projetos vai até 30 de setembro. Clique aqui para acessar o edital e outros documentos

“O território quilombola é protegido por lei, e precisa ser valorizado em todas as suas perspectivas. No tamanho, na localização, em suas características geográficas e de uso. Não foi por acaso que a gente fez essa mescla. Vamos não só fazer as pessoas se lembrarem que esse território é protegido, como dar a oportunidade de essas pessoas terem acesso a alguma arquitetura de qualidade”, explica a coordenadora do concurso pelo CAU-GO, a arquiteta Maria Ester de Souza, em entrevista à Sagres TV nesta segunda-feira (6). Confira a seguir

Goiás possui o maior território quilombola do país, constituído pelo povo Kalunga, que se situa na região Nordeste do Estado há 300 anos. Seus povoados se distribuem entre três municípios: Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás, vizinhos à Chapada dos Veadeiros.

As unidades habitacionais serão construídas nas áreas rurais dos municípios que concentram as populações quilombolas e deverão custar até R$ 100 mil. As propostas deverão contemplar a falta de abastecimento de redes de água e esgoto, prevendo instalações como poço e fossa séptica.

Maria Ester de Souza acrescenta que ideias sustentáveis também precisam contemplar os projetos a serem apresentados. “O quilombola é uma pessoa que está no século 21, está na zona rural, com todas as necessidades que um ser humano no século 21 tem, então a gente tem de imprimir técnicas de sustentabilidade nessas residências”, afirma. “A arquitetura não pode se limitar a um tipo só de atividade, tem que ser para todos”, complementa.

O concurso visa selecionar propostas com opções viáveis de habitação social, com soluções que sejam inovadoras e apropriadas à realidade dos quilombolas. A premiação será de R$ 12 mil para o primeiro colocado, R$ 6 mil para o segundo e R$ 3 mil para o terceiro. O proponente que apresentar a proposta com nota mais alta deverá ser contratado para a elaboração do projeto executivo, que terá o valor de R$ 15 mil. A divulgação será no dia 13 de outubro.