O repórter Juliano Moreira entrevistou com exclusividade para a RÁDIO 730 o piloto Nelsinho Piquet, que correu pela principal categoria automobilística mundial, a Fórmula 1, e agora começa carreira nova na Nascar, importante categoria norte-americana.

Início na Nascar

Sobre a experiência de mudar de ares e começar um trabalho diferente, Nelsinho Piquet, explica que tem de aprender muita coisa, mas está feliz.

“É um esporte bem diferente de tudo o que eu aprendi a vida inteira. Começando o campeonato, mas eu estou bem feliz, estou numa equipe boa e acho que a competitividade do campeonato é muito forte. Em fim, está sendo um recomeço bom, lógico que estou aprendendo muita coisa, circuito oval, carro fechado com 800 cavalos de potência, bem diferente do que eu aprendi a vida inteira.”

“Vai ser um ano de aprendizado e vou tentar ser o primeiro brasileiro a vencer uma corrida de Nascar ainda neste ano. Os brasileiros estão tendo mais interesse agora pela categoria devido à participação de vários pilotos brasileiros importantes. É difícil chegar na Fórmula 1 e vencer corridas, então é um caminho que eu quero abrir para dar chance a vários pilotos no Brasil que têm talento, mas que não têm oportunidade de chegar em grandes categorias.”

Importância do pai na carreira

Não é qualquer piloto que tem o privilégio de ter a influência de um tri-campeão mundial de Fórmula 1 em casa. Nelsinho explica o papel de Nelson Piquet no início da carreira e na formação como piloto.

“Meu pai foi a razão de tudo isso. Ele que me deu a oportunidade, ele que me deu a vontade. Ele foi quem me apresentou essa ‘droga’ toda que me deixou ‘viciado’ em estar no volante pilotando todo dia. Realmente foi o meu mentor.”

“Sem dúvida nenhuma, ter o sobrenome Piquet me ajudou. Que piloto não gostaria de ter este sobrenome para abrir portas, para dar dicas, ajuda moral… definitivamente o fato de ter um pai que entende o que você está fazendo não tem preço. Não só como pai, mas como professor ele vai ser sempre um exemplo pra mim.”

Chegada e saída na Fórmula 1

“A chegada foi muito boa. Cheguei recebendo salário por próprio mérito (alguns pilotos pagam equipes para correr) depois de um ano bom na GP-2, numa equipe que tinha sido campeã do mundo, então acho que foi a melhor escolha que a gente podia ter tido.”

A saída de Nelsinho Piquet da Fórmula 1 foi marcada pelo incidente no GP de Cingapura, em 2008. Nelsinho assumiu, perante a FIA, ter provocado o acidente ocorrido para beneficiar a equipe Renault.

“O que aconteceu foi um pouco de imaturidade minha. Falta de maturidade é a falta de decisões certas que acabaram levando ao incidente em Cingapura. Não preciso voltar à Fórmula 1 para tirar impressões ruins.

“Cheguei ao topo da minha carreira muito novo e vou provar pra todo mundo na Nascar que eu sou um piloto de talento. Tenho certeza de que vou continuar levando a bandeira do Brasil ao todo do pódio.”

“Eu fico feliz porque cheguei à Fórmula 1, fiz o que eu pude fazer, cheguei lá com o próprio mérito, sem ter que levar nenhum patrocínio nem nada disso. Estou satisfeito, realmente gostaria de ter ficado mais tempo, mas aprendi muito nos dois anos em que estive lá, tive meus pontos, tive meu pódio e agora é um novo caminho.”

Alonso é o melhor do mundo

“Eu acho que ele é o melhor piloto do mundo, no momento. É um piloto muito rápido, inteligente, extremamente focado, dedicado e com um talento fenomenal.“