Uma goiana de Rio Verde tem chamado a atenção por onde passa — inclusive do outro lado do mundo. Letícia Mendez, cantora e modelo, compartilhou sua trajetória em recente entrevista ao programa Tom Maior, revelando como a paixão pela música e pela arte a levou da igreja, em Goiás, aos palcos improvisados nas ruas da China.
“Comecei a cantar com 12 anos na igreja, porque ganhava estrelinha no caderno da catequese se fosse cantar na missa”, contou Letícia, entre risos. A música sertaneja, no entanto, entrou em sua vida mais tarde, depois de experimentar estilos como o rock e o axé. “Eu só fui me apaixonar de verdade pelo sertanejo mais tarde.”
A artista também compartilhou sua experiência como modelo, algo que surgiu de forma inesperada. Após participar de um concurso sertanejo em 2017, Letícia começou a ser procurada por marcas de moda Plus Size em Goiânia e São Paulo. “Eu virei modelo por conta de um concurso de música”, contou. Essa transição a levou a um convite inusitado: modelar na China.
“Um fotógrafo aqui de Goiânia, o Luciano Medeiros, me perguntou se eu queria trabalhar fora. Quando ele disse que era na China, achei que era brincadeira. Mas ele enviou minhas fotos para uma agência internacional, e em menos de um mês eu já estava com a passagem marcada”, relembrou.
Letícia viveu por 10 meses em Guangzhou, cidade chinesa também conhecida como Cantão. Lá, ela dividiu casa com modelos de vários países e frequentava castings diariamente. Para se destacar, uniu suas duas paixões. “Eu ia de bota, maquiadona e levava o violão. Perguntavam o que era, e eu tocava no meio dos castings”, explicou.
A relação com a música se aprofundou ainda mais quando Letícia começou a cantar nas ruas da cidade, especialmente em áreas com karaokês e pontos turísticos. “Teve um dia em que um chinês usou o Google Tradutor pra me dizer: ‘Não entendo nada que você está cantando, mas a energia é tão boa que quero ouvir mais’”, emocionou-se.
Para tornar suas apresentações ainda mais marcantes, Letícia investiu em um microfone portátil com tecnologia chinesa, que leva para todo canto. “Eu pensei: como vou cantar sem depender dos outros? E encontrei esse microfone numa feira. Ele conecta com o celular e tem até voz em chinês”, explicou.
Além da música e da moda, Letícia também reforça a importância da representatividade. “Falo muito nas minhas redes sobre ser quem você é, usar o que quiser e ocupar espaços com o corpo que tem. Trago isso nas minhas músicas, nos clipes e também no meu trabalho como modelo.”
Mesmo fora do Brasil, Letícia se manteve firme em suas raízes sertanejas. Suas referências vão desde Marisa Monte e Anitta até Léo Santana e Luan Santana. “O Luan me inspira porque ele leva o teatro pro palco. Eu amo quando tudo é bem pensado. É arte”, afirmou.
Hoje, de volta ao Brasil, Letícia segue unindo moda, música e autenticidade em seus projetos. “Eu percebi que não fui pra China só pra modelar. Fui pra levar meu sertanejo e a alegria brasileira pra lá. E consegui”, concluiu.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
Leia também: