Conheça a trajetória inspiradora de Samara de Oliveira no paradesporto brasileiro

A paratleta Samara de Oliveira participou do programa Tom Maior de terça-feira (24) para contar sua história de superação e seu papel na promoção do paradesporto em Goiânia. Com um passado marcado por um episódio de violência que transformou radicalmente sua vida, ela encontrou no esporte a força para recomeçar e hoje atua como gerente de paradesporto na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, além de ser campeã pan-americana no paraciclismo.

“Eu vivi 23 anos sem nenhum tipo de deficiência”, contou. “Tive um relacionamento abusivo, e quando resolvemos romper, ele não aceitou. Tentou tirar a minha vida e, para fugir, eu pulei do quarto andar. Lesionei sete vértebras e fiquei paraplégica.” Após sobreviver à tentativa de feminicídio, Samara iniciou um longo processo de reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek.

Lá, conheceu o esporte adaptado. “Foi um divisor de águas. Eu estava perdida, tinha outros sonhos, fazia radiologia, morava sozinha. De repente, tudo mudou. Mas o esporte me resgatou.” Foi no hospital que Samara teve contato com várias modalidades, até se apaixonar pelo paraciclismo.

“Sou uma pessoa que ama adrenalina. Me encontrei no paraciclismo. Em 2018, comecei a competir e estou até hoje. Já fui campeã Panamericana e quase mudei para o badminton, mas voltei para o ciclismo por ser mais viável com minha rotina.”

Hoje, além das conquistas esportivas, Samara atua diretamente na gestão pública para promover a inclusão de pessoas com deficiência através do esporte. “Na Secretaria, estamos buscando recursos e realizando eventos. Vamos ter uma corrida para mais de 500 pessoas com deficiência e uma colônia de férias que vai atender crianças de 7 a 17 anos, com e sem deficiência.”

Sua chegada a Goiânia também foi marcada pela busca de novas oportunidades. “Vim em busca de trabalho com meu esposo, e foi na Adfego que encontramos apoio.” Mãe do pequeno Valentim, Samara ainda lida com o desafio de conciliar maternidade, esporte e trabalho.

“Acordo às 5h, deixo meu filho na creche e vou treinar antes de trabalhar. É puxado, mas vale a pena. Quando descobri que estava grávida, me preparando para tentar vaga em Paris 2024, foi um susto. Mas se eu pudesse escolher entre a competição e meu filho, eu escolheria ele mil vezes.”

Na gestão pública, Samara leva sua vivência como base para cobrar acessibilidade real. “Sempre questiono: tem banheiro adaptado? Tem rampa? Se não dá para me incluir, não dá para incluir ninguém. É preciso ter alguém com deficiência nesses espaços, com esse olhar, porque só quem vive sabe o que é necessário.”

Samara se prepara agora para o Campeonato Brasileiro de Paraciclismo, em julho, em São Paulo, uma das principais competições do calendário nacional. “É uma competição importante, todo mundo quer estar no pódio para conseguir a Bolsa Atleta. O nível é altíssimo, mas estou me preparando.”

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 10 – Redução das Desigualdades

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