O vitiligo é uma condição de pele caracterizada pela perda de pigmentação em certas áreas do corpo, resultando em manchas brancas. Embora não seja contagioso nem prejudicial à saúde física, a doença pode ter um impacto significativo na saúde emocional e psicológica dos afetados.
Para quebrar preconceitos e promover a inclusão, a conscientização sobre vitiligo é crucial. Para falar mais sobre o assunto, o Sistema Sagres de Comunicação recebeu no Tom Maior a dermatologista Mariana Quintino. Segundo ela, a doença vitiligo ocorre quando os melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina, morrem ou deixam de funcionar.
“Os melanócitos produzem a melanina e dão o nosso pigmento à nossa pele, a a razão de termos diversas etnias e raças. Elas protegem a nossa pele contra a radiação ultravioleta, então a pele acometida pelo vitiligo é bastante desprotegida a qualquer tipo de radiação. O vitiligo precisa de um cuidado essencial com a radiação naquela região das manchas, evitando, assim, câncer de pele e outros problemas. Mas, o vitiligo, em si, não traz prejuízo à saúde física, mas, de qualquer forma, também pode estar associado a outras doenças autoimunes e isso é muito importante de investigar no momento do diagnóstico”, explica.
A causa exata do vitiligo ainda é desconhecida, mas fatores autoimunes, genéticos e ambientais podem contribuir para seu desenvolvimento. A condição pode afetar pessoas de todas as idades, sexos e etnias, embora seja mais perceptível em indivíduos com pele mais escura.
Mitos e preconceitos
Muitos mitos e preconceitos cercam o vitiligo. Algumas das crenças equivocadas incluem:
- Contágio: não é contagioso. Não pode ser transmitido por contato físico, compartilhamento de objetos ou qualquer outra forma de interação.
- Causa única: Não há uma causa única para o vitiligo. Diversos fatores podem influenciar seu surgimento, e cada caso é único.
- Impacto apenas estético: Embora afete a aparência física, o impacto emocional pode ser profundo. Sentimentos de vergonha, baixa autoestima e ansiedade são comuns entre os afetados.
“A ciência ainda não conseguiu elucidar corretamente a causa do vitiligo especificamente, mas a gente sabe que tem um fator genético muito importante, uma predisposição à autoimunidade contra aquelas células e também alguns fatores ambientais, como alguns estresses emocionais”, afirmou.
“Quando a gente fala sobre vitiligo, existe o vitiligo segmentar, que acomete um lado do corpo, até um membro, como uma perna direita ou esquerda; e existe o vitiligo não segmental, que pode acometer vários locais do corpo”, completa.
Importância da conscientização
Conscientizar a população sobre o vitiligo é essencial para combater esses mitos e promover um ambiente mais inclusivo. Algumas estratégias para aumentar a conscientização incluem:
- Educação: Informar o público sobre o que é o vitiligo, suas causas e impactos. Isso pode ser feito através de campanhas educacionais, palestras e materiais informativos.
- Representatividade: Mostrar pessoas com vitiligo em mídias diversas, como televisão, cinema e publicidade, ajuda a normalizar a condição e reduzir o estigma.
- Apoio psicológico: Oferecer suporte emocional e psicológico aos afetados pode melhorar sua qualidade de vida e ajudar a lidar com os desafios emocionais associados ao vitiligo.
“As doenças de pele, por si só, carregam estigmas importantes, e o vitiligo é uma delas. Isso acaba que corrobora também para o avanço da doença, o fato do estresse emocional, de se sentir estigmatizado. O apoio psicológico é fundamental para esses pacientes que sofrem essa estigmatização; campanhas também ajudam a identificação daquele paciente de não se sentir separado da sociedade por conta de uma doença”, destacou.
Confira a entrevista na íntegra a seguir (a partir de 3:18):
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem-Estar
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