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A Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste autorizou na tarde desta segunda-feira (20), por unanimidade, que os estados utilizem até 30% do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para aplicar no desenvolvimento regional, caso Medida Provisória seja editada e aprovada. A confirmação ocorreu durante a Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco), em Brasília.

O governador Ronaldo Caiado (DEM) articulou a participação de governadores na reunião da Sudeco para se adiantar ao envio da medida provisória ao Congresso Nacional, prometida para “os próximos dias” pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

Para Caiado, a utilização do FCO é a alternativa mais viável para os Estados, tendo em vista a situação fiscal em que se encontram. “É isso que estamos solicitando, com autorização que já tivemos do presidente [Jair Bolsonaro] na redação da Medida Provisória”, disse durante o encontro que contou com a participação do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; dos governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, e de representantes do governo federal.

O requerimento apresentado pelo governador goiano, e aprovado pelo Conselho Deliberativo da Sudeco, solicita que os recursos possam ser disponibilizados ainda no exercício de 2019. “Nós estamos criando acesso ao FCO como o empréstimo que é feito pela iniciativa privada, dando, como forma de garantia, royalties ou Fundo de Participação dos estados”, completou. Segundo o governador de Goiás, é sentimento de todos os governantes terem acesso ao FCO para aplicação em investimentos. “Esse empréstimo cumprirá 100% das regras”, citou.

Justificativas

Ainda na reunião, o governador destacou a situação das rodovias estaduais, com mais 5 mil quilômetros em condições de precariedade, o que prejudica o escoamento da produção; e reiterou o déficit de mais de R$ 4 bilhões, da impossibilidade de o governo tomar empréstimo com aval da União e também citou os problemas na área da saúde, além do atraso na folha de pagamento de dezembro.

“Essa situação foi desenvolvida nos últimos mandatos que antecederam o meu governo. O quadro desse colapso financeiro completo leva a uma situação de total incapacidade do Estado em poder atender as condições mínimas necessárias. Estou dizendo de saúde, de segurança pública e educação”, pontuou.

O governador afirmou que só conseguiu avançar na saúde com ajuda do governo federal. “Foi dado um socorro para que abríssemos 55 leitos em Goiás, para que a gente pudesse dar o mínimo de atenção às crianças, que realmente têm risco altíssimo de morte”, completou ao citar a situação do Hospital Materno Infantil.

Plano de Desenvolvimento

No encontro em Brasília também foi apresentado e aprovado o Plano Regional de Desenvolvimento do Centro-Oeste (PRDCO) para 2020-2023, que reúne uma série de programas e estabelece metas a serem cumpridas pelos estados participantes. Entre as áreas abordadas estão a gestão pública, educação, cadeia produtiva, recuperação do meio ambiente e a infraestrutura econômica, social e urbana.

O documento prevê ações dentro da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), o desenvolvimento de rotas de integração nacional (Projeto Rota do Leite) e a manutenção de rodovias BR-163 e BR-364. Sobre os instrumentos de financiamento para execução do PRDCO, a estimativa é utilizar o FCO, o Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), fundos setoriais e outras fontes de recurso como, por exemplo, bancos internacionais.

Pelo cronograma de elaboração do Plano Regional de Desenvolvimento do Centro-Oeste, o próximo passo será o envio do Plano à Casa Civil. A previsão é que, até o mês de agosto, o projeto seja enviado ao Congresso Nacional.