Foto: Arquivo Pessoal/Letícia Martins

Me chamo Letícia Martins, tenho 25 anos, sou jornalista e especialista em Marketing e Inteligência Digital. Comecei minha carreira profissional aos 15 anos quando tive a minha primeira oportunidade de emprego como jovem aprendiz pela Renapsi. Meu sentimento maior é de orgulho, de olhar para trás e saber que desempenhei um trabalho capaz de abrir outras portas e principalmente, de saber o quão ainda sou querida na empresa que me ofereceu a oportunidade.

Não posso afirmar que encarar o mercado de trabalho seja uma tarefa simples. É como lidar com algo desconhecido, e isso, naturalmente gera medo e ansiedade. A parte em comum de todos jovens são os inúmeros impasses que rodeiam a mente: “E se não der certo”, “E se eu não conseguir”, “E se eu me arrepender”. Mas quando uma porta se abre e surge a oportunidade de mudar, de poder ser protagonista da própria história, o que antes eram barreiras, se tornam meros obstáculos de uma trajetória.

E que trajetória! Quando o contrato de aprendizagem encerrou, eu estava também concluindo o ensino médio. E agora, eu precisava encarar outro desafio que era de escolher minha profissão. Eu já falei de medo né? Pois bem, eu havia chegado no momento em que julgava como o mais importante da minha vida. Que era escolher o que eu seria dalí para frente. Fui de odontologia a artes cênicas. De agronomia a letras. Hesitei várias vezes, prestei vestibular para no mínimo quatro cursos diferentes e passei para Comunicação Social na PUC.

Neste percurso, descobri as flores e os espinhos da profissão. A responsabilidade de noticiar parecia muito menor quando eu assistia na televisão. Depois percebi que contamos de histórias, boas e ruins, não só pelo fato de informar, mas sim por acreditar no poder de transformação. Aprendi que humildade, empatia e curiosidade são as principais características da profissão de comunicador.

Mas para descobrir tudo isso, precisei ir além da sala de aula. Eu estava no sexto período quando comecei meu primeiro estágio. Me deparei com o mesmo sentimento de quando comecei a trabalhar pela primeira vez. Estava ansiosa, o primeiro estágio foi em assessoria de imprensa. Tive o primeiro contato com o mundo real do jornalismo e mais uma vez superei o medo e a insegurança de encarar o novo.

Posso dizer que na minha carreira o divisor de águas foi meu segundo estágio. Lá eu me senti em casa. Voltei pra Renapsi! Eu havia feito curso de profissionalização do meu primeiro emprego e quando me deparei com aquele lugar, foi como uma volta no tempo. Eu sai de jovem aprendiz e estava voltando como estagiária. E como foi importante para minha carreira, eu comecei o estágio na área de comunicação externa, depois recebi um convite para fazer parte da equipe da Rádio SAGRES.

Quando isso aconteceu, eu estava graduando em jornalismo, era como se fosse a sincronia perfeita para que meus objetivos fossem alcançados. Eu aceitei o convite e comecei a vivenciar a redação de um veículo de comunicação. Era rádio e site. Comecei escrevendo matérias e descobri que o microfone do rádio não morde (tremi muito para descobrir isso). Mas eu estava me sentindo à vontade, era como se tivesse um caminho riscado e eu só precisa colori-lo.

Neste Dia Internacional do Jovem Trabalhador, celebro o sentimento de oportunidade junto com todos aqueles que viveram, vivem ou viverão este momento. A minha trajetória, e de tantos jovens no Brasil todo, foi transformada pela oportunidade do primeiro emprego e, não se engane que isso seja uma utopia. Por experiência própria, posso afirmar que essa chance é capaz de concretizar sonhos no sentido mais amplo da palavra. Começando pelo combate à evasão escolar, ao desemprego e principalmente à violência que muitas famílias em situação de vulnerabilidade social estão expostas. E de uma forma mais poética, é capaz de transformar vidas, de transferir seriedade, responsabilidade e profissionalismo, entre muitas outras virtudes que não se limitam à esfera profissional.