A cidade vê indignada mais um aumento no preço dos combustíveis, o quarto em pouco mais de três meses. E o fato é que os consumidores estão de mãos atadas porque não há concorrência no setor, que funciona como um cartel. De setembro, quando o valor do litro de gasolina sofreu um aumento de R$ 0,30, pra cá o combustível passou de R$ 2,70 a R$ 3,19.
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Ainda em setembro, o Procon Goiás havia constatado aumento abusivo e cobrou explicações de 17 postos da capital. Mas a medida não alterou a evolução dos preços, um dos mais altos praticados no país. E não adianta o consumidor procurar um posto de combustível que venda o produto mais barato. A variação entre um e outro estabelecimento não passa de 1 centavo.
Isso porque, em Goiânia, os donos de postos atuam de forma articulada para majorar os preços dos combustíveis e aumentar seus lucros. O cartel foi descoberto em 2002 pelo Cade, Conselho Administrativo de Defesa Econômica, autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, que condenou o Sindiposto, Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Goiás, por venda acordada de combustíveis em Goiânia.
Mas a constatação da existência da organização e a multa não deram fim à cartelização no setor, também comprovada pelos vereadores por meio de CEI – Comissão Especial de Investigação.
O Procon promete notificar os donos de postos a justificarem o aumento dos preços dos combustíveis a partir da semana que vem. Mas o consumidor não está otimista em relação a uma reversão no valor, até porque, isso nunca aconteceu. O máximo que o órgão de defesa do consumidor consegue fazer é aplicar um multa que que pode ser questionada e eternamente prorrogada.
Para os donos de postos de gasolina, parece que esse é o mal menor, uma vez que o lucro que eles têm nas bombas supera em muito o valor da multa. Sendo assim, o cartel dos combustíveis vai continuar atuando livremente em Goiânia, dando a cidade o título de reino da impunidade e da carestia.