Sagres em OFF
Rubens Salomão

Contrariado, Tarcísio desiste do Senado por Goiás e disputará governo de São Paulo

Mesmo contra sua vontade, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, deve aceitar ser candidato ao governo de São Paulo para ajudar a viabilizar um palanque para o presidente Jair Bolsonaro no maior colégio eleitoral do país. A amigos e interlocutores, Freitas manifestou a preferência pela disputa ao Senado pelo Distrito Federal ou por Goiás, mas as opções não atendem às necessidades eleitorais de Bolsonaro. No caso da capital federal, o ministro disputaria espaço com a colega Flávia Arruda (PL-DF), deputada licenciada que hoje está à frente da Secretaria de Governo.

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O ministro teve acesso a pesquisas que o colocam com suposta folga na liderança para uma eventual disputa ao Senado por Goiás, mas ele esbarra em um problema: a necessidade de um palanque forte em São Paulo para o presidente. O excesso de confiança de Tarcísio sobre eventual disputa repercutiu entre lideranças locais, que fizeram chacota da impressão de aliados do ministro de que, por aqui, ele seria eleito “sem sair de casa”. O ministro não tem demonstrado interesse, ao menos por enquanto, por disputar uma cadeira de governador, mas sinaliza que vai para o “sacrifício”, por definição de Bolsonaro.

Apesar de ter trabalhado nos governos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer, Tarcísio se aproximou muito de Bolsonaro e é grato pela projeção nacional que ganhou durante o atual governo. Oficialmente, o ministro repete, por meio da assessoria, que não há definição “por enquanto”. A versão atual é que ele tem conversado com o presidente sobre o assunto e está a postos para ajudá-lo no que for preciso. Uma das possibilidades é de que ele tenha o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles como vice, mas este ainda pode acabar disputando a Câmara.

Foto: Ministro Tarcísio de Freitas ao lado do presidente Jair Bolsonaro. (Crédito: Alan Santos/PR)

Risco

A sucessão em São Paulo quase levou o presidente a desistir da filiação ao PL. Bolsonaro não aceitou o acordo feito pela legenda comandada por Valdemar Costa Neto para apoiar o atual vice-governador, Rodrigo Garcia, e chegou a cancelar o ato de filiação ao partido, realizado ontem.

Nordeste

Outro que pode estrear na política eleitoral para ajudar na formação de palanques do governo é o ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Assim como Tarcísio, ele chegou a cogitar o Senado, mas avalia ter mais chances em disputa ao governo da Paraíba, onde Bolsonaro tem pouco apoio político.

Impeachment

A Assembleia Legislativa de Tocantins encaminhou dois pedidos de cassação do mandato do governador Mauro Carlesse (PSL) para análise jurídica da Casa. Os requerimentos têm como base operações da Polícia Federal, deflagradas em outubro deste ano.

Investigação

O governador, que está afastado do cargo desde 20 de outubro, está sob investigação pelo suposto envolvimento em um esquema de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais. Além dele, foram afastados: o Secretário de Segurança Pública, a Diretora-geral da Polícia Civil e o Secretário de Parcerias e Investimentos.

Por enquanto

Até o momento, desde o afastamento de Carlesse, seu vice, Wanderlei Barbosa (sem partido) ocupa o cargo de governador. A Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa do Tocantins não tem prazo para apresentar parecer.

Acordo

O vereador Marlon Teixeira (Cidadania) decidiu retirar de pauta o projeto apresentado por ele que previa a criação do passaporte da vacina em Goiânia. O parlamentar nega que a decisão tenha sido motivada pela quantidade de ataques recebidos pelas redes sociais e mantém versão de que fechou acordo com a Prefeitura.

Termos

Segundo Marlon, a retirada do projeto se deve à “publicação de decreto do prefeito Rogério Cruz que retoma a realização de eventos com exigência de apresentação de testes ou comprovante de vacinação contra Covid-19”. “Só retirei o projeto após o diálogo junto ao prefeito e ao secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, que determinou que eventos com grandes aglomerações teriam que ocorrer sob vários requisitos, como foi o show do Gusttavo Lima”, afirma.

O retorno

O vereador considera retomar a tramitação do texto caso os números de contaminação voltem a subir, especialmente por conta da nova variante Ômicron. “Espero que os índices de contaminação e ocupação da UTI não voltem a subir, mas se sentirmos necessidade, iremos reapresentar”, completou.

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