CPI das Obras Paradas (Foto: Maykon Cardoso / Alego)

Depois de 10 meses de instalação com poucos trabalhos com avanço quase zero, a CPI das Obras Paradas marcou para a próxima terça-feira (17) depoimento da ex-secretária de Educação, Raquel Teixeira. Os deputados reclama da demora para atendimento de requerimentos que pedem informações sobre obras dos municípios e do governo estadual. Até agora, ao menos 620 construções foram identificadas como paralisadas. Deste total, são 19 escolas padrão século 21.

O presidente da CPI, deputado Amauri Ribeiro (Patriota), explicou que o foco inicial será a área de Educação. “São dezenas de escolas do século 21 que foram paralisadas por anos e anos e outras foram iniciadas sem aquela serem conclusas, a justificativa que nós temos é falta de dinheiro, como que se não conclui uma obra por falta de dinheiro e inicia outra na mesma pasta, então é um absurdo, a pasta de Educação é uma pasta independente e ela tem responsabilidade pelos seus atos”

O deputado Amauri Ribeiro ainda sugere que a CPI deverá concluir os trabalhos indicando ao governo estadual, quais podem ser as obras prioritárias a serem retomadas e concluídas. “Estamos tendo uma dificuldade imensa no levantamento das obras paralisadas, falta de informação das prefeituras, ligamos e mandamos ofício para os 246 municípios, somente 63 responderam. Essa CPI já está com dez meses em andamento e conseguimos levantar, superficialmente, mais de 600 obras paralisadas. Acredito que no decorrer dessa CPI teremos o total real de obras paralisadas, o quanto já foi gasto, quanto gasta para se concluir, e tentar levar o governo do Estado algumas prioridades para que elas sejam concluídas o mais rápido possível”.

O relator da CPI das Obras Paradas, Antônio Gomide (PT), discorda que a comissão deva assumir o papel de recomendar prioridades ao governo. “O governo tem autonomia para tomar decisões, executivo é forte o suficiente para dizer qual é o planejamento do recurso que tem, o Poder Legislativo não orienta nada, na verdade a CPI é uma radiografia daquilo que está acontecendo”, disse. “O importante é traduzir para que o governo possa fazer um planejamento daquilo que está paralisado e quais são as obras que pode entregar em 2020, porque tem obras 80% já concluídas”.

*Reportagem de Rubens Salomão