Já faz algum tempo que as pessoas acompanham campanhas para o uso consciente de água, descarte correto do lixo e consumo controlado de mercadorias que demoram anos para se decompor. Mas agora essa preocupação chegou também nas empresas, que têm discutido formas de diminuir os impactos ambientais de suas atividades com o crédito de carbono. “O recado principal é que a conservação de florestas vale dinheiro. É possível ganhar recursos financeiros com a floresta em pé”, explicou o CEO da BrCarbon, Bruno Brazil.

Assista à entrevista na íntegra:

O crédito de carbono é uma das alternativas mais utilizadas pelas empresas para diminuir a emissão de gases do efeito estufa e frear o aquecimento global. E o CEO da BrCarbon afirmou que o país tem uma posição de destaque neste mercado por causa de uma “vocação natural”. 

“É um dos países onde mais existem florestas tropicais e elas estocam carbono. E esse carbono pode ser comercializado através do chamado crédito de carbono. Ele é gerado a partir das áreas florestais que excedem a reserva legal ou mesmo a partir da própria reserva legal. Mas são projetos distintos que geram quantidades de créditos distintas”, disse.

Regulamentação

Mesmo tendo posição de destaque, o mercado de crédito de carbono no Brasil é totalmente voluntário. Bruno Brazil relatou que existem lugares do mundo onde esse mercado já é regulado pelo governo, com regras como teto de emissões para setores específicos. Brazil destacou que é  importante que o setor seja regularizado.

“O governo tem que trabalhar para iniciativas de regulamentação do mercado de carbono porque quem compra o crédito não é obrigado por força de lei. Ele faz porque quer neutralizar as emissões de gases do efeito estufa da empresa dele. E não quer dividir com a sociedade o ônus da sua atividade, muito por conta das políticas de ESG”, afirmou.

ESG

A sigla ESG significa Environmental, social, and corporate governance. Em português são as práticas Ambientais, Sociais e de Governança. Desta forma, a engenheira sanitarista e ambiental, Paula Moletta, disse que o movimento veio para fortalecer os meios de produção sustentáveis nas empresas.

“A ESG veio para dizer que a sustentabilidade não pode ser apenas um setor dentro da empresa, de um órgão ou uma corporação. A ESG veio para dizer que a sustentabilidade tem que estar em todos os setores e todo mundo tem que praticar a sustentabilidade”, contou.

O conceito está vinculado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que dispõe sobre consumo e produção responsáveis, o ODS 12. Pois uma das metas desse objetivo é alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais.

Para a engenheira sanitarista e ambiental é necessário que as empresas se preocupem com suas atividades da mesma forma que o cidadão muda seus hábitos em casa. “O papel da empresa para o meio ambiente é fundamental. Porque é entender o impacto que tu causa e o que você vai fazer para eliminar esse impacto”, disse.

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