O senador Cristovam Buarque (PPS) avaliou nesta sexta-feira (24), em entrevista concedida com exclusividade à Rádio 730, o atual cenário político brasileiro bem como as pré-candidaturas à presidência que se apresentam para as eleições do ano que vem.

Ex-ministro da Educação durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cristovam Buarque analisou a entrevista dada pelo ex-presidente à Rádio 730 na quinta-feira (23), na qual Lula disse que adoraria enfrentar “um candidato com o logotipo da Globo na testa”, em clara referência ao apresentador Luciano Huck.

Contrário à opinião de Lula, Cristovam disse que não vê Huck como um candidato da Rede Globo de Televisão. “Se fosse assim, quando o Lula foi candidato ele teria o carimbo na testa da empresa que ele trabalhava no ABC. Uma coisa é ser funcionário do dono da empresa e outra coisa é você ser servidor do dono da empresa. O Huck não chega, ao meu ver, com o carimbo da Globo. Mais uma vez o Lula perdeu a oportunidade de ficar calado”, destaca.

Huck faz parte de um grupo que tem ganhado força nos últimos anos, os chamados ‘outsiders’, ou pessoas que nunca tiveram experiência na política. Um dos mais conhecidos outsiders mundo afora é o milionário e presidente norte-americano Donald Trump.

Segundo a pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos, divulgada na última quinta-feira pelo jornal Estadão, a aprovação ao nome de Huck apresentou um salto de 17 pontos porcentuais desde setembro, passando de 43% para 60%. Esta pesquisa não é focada nas intenções de voto e sim na aceitação do nome.

Mesmo sem ser filiado ao PPS, o partido tem insistido com Luciano Huck para que este se filie e seja candidato à presidência, ao passo que a pré-candidatura de Cristovam Buarque vem sendo praticamente ignorada.

Recentemente o senador declarou que gostaria de disputar prévias contra Luciano Huck e disse que se o partido estava em busca de popularidade deveria se aliar a Lula ou a Bolsonaro. Segundo Buarque, não é porque uma pessoa é conhecida pelo público que ela será automaticamente eleita. “Eu vejo com muita satisfação a vinda de uma pessoa como o Luciano Huck para o PPS. Isso prova que a política não está tão ruim. Ele é um homem de 50 anos, realizado profissionalmente, que diz querer servir ao país. Isso é muito positivo. Agora, eu vejo com preocupação ele entrar com a condição de ele ser candidato a presidente. Isso é ruim. Em primeiro lugar porque parece uma imposição. Em segundo lugar, como ele é uma pessoa de fora da política, ele chega dizendo: ‘os políticos fracassaram”, considera.

Confira a entrevista completa:

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