Nos últimos dias, o tema “retinoblastoma” tem estado em vários noticiários. O câncer raro foi diagnosticado na filha Lua, do apresentador Tiago Leifert e da jornalista Daiana Garbin, que divulgaram um vídeo nas redes sociais como forma de alertar os pais sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças como esta.
Em entrevista ao Sagres Em Tom Maior #447 desta quarta-feira (2), o médico oftalmologista Eduardo Nery explica como o retinoblastoma surge no organismo. Assista à entrevista a seguir a partir de 00:08:00
”A gente nasce com o olho quase pronto, mas ele tende a se desenvolver até os cinco anos de idade. Então as células dos nossos olhos vão mudando e replicando, para terminar o amadurecimento do olho. O retinoblastoma é quando essa célula, ao replicar, ela o faz de forma equivocada e começa a formar um tumor”, esclarece.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), dois terços dos casos de retinoblastoma são detectados em crianças de até 2 anos de idade e 95% antes dos 5 anos. Eduardo Nery afirma que o acompanhamento desde os primeiros dias de vida é fundamental para detecção e prevenção de doenças da visão.
”Para que a gente possa pegar esse câncer no começo e fazer o tratamento adequado”, afirma. ”O mais comum é que ele se manifeste até os três anos de idade’, complementa.
O cuidado deve estar presente mesmo antes do bebê nascer, durante o pré-natal. Exames periódicos durante a gestação podem ajudar, por exemplo, na detecção de problemas mais graves, como catarata e outras doenças congênitas. Após o nascimento, a recomendação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e do Conselho Brasileiro de Oftalmologia é uma primeira avaliação imediata.
O teste do olhinho, por exemplo, deve ser feito até 72 horas após o nascimento. Um exame completo deve ser feito entre seis meses e um ano. Depois, uma avaliação entre 3 e 5 anos de idade, preferencialmente aos 3 anos, além do acompanhamento de rotina nos outros anos.