Foto: Sagres On

Neste mês de outubro, jovens da Renapsi passaram a conhecer um pouco da história dos 86 anos de Goiânia. Nesta terça-feira (15), uma nova etapa do tour cultural contou com a supervisão da conselheira titular do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás  (CAU-GO), Maria Ester de Souza. 

“O que a gente frisou mais foi esse momento, esse contexto em que a cidade nasceu. O contexto político, desmontar um pouco algumas lendas, de falar que Goiânia foi desenhada imitando o manto de Nossa Senhora. A gente levou informação de Attilio Corrêa Lima, de Movimento Moderno, de art déco, e explicou isso a eles”, afirma. 

Estátua de Pedro Ludovico Teixeira 

Uma dessas lendas cerca exatamente a estátua do fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira, instalada na Praça Cívica, próximo aos prédios que compõem o Centro Administrativo. 

“Antes ali havia uma edificação que funcionou como sede da prefeitura durante alguns anos, na década de 80/90. Mas antes, na época da ditadura militar, ali funcionou um centro que ficou conhecido por quem foi preso político como centro de tortura. Isso é uma história que algumas pessoas ainda vivas presos políticos contam para a gente. E aquele edifício, como foi construído muito depois da inauguração da cidade, não fazia parte do conjunto dos edifícios que tem ali”, explica. “Esse edifício que foi demolido, onde está a estátua hoje do Pedro Ludovico, carregava esses dois estigmas. Um que não conversava com nenhuma outra construção ali do centro cívico, e que ele tinha essa história triste de ter sido um porão de ditadura”, conta Maria Ester. 

Da Estação Ferroviária ao Centro do poder 

Segundo Maria Ester de Souza, o Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica, e a Estação Ferroviária, foram construídos de forma estratégica, um de frente para o outro, em linha reta. Assim, quem chegasse a Goiânia, teria como primeira vista as instalações do centro administrativo do Estado. 

“Considerando que a estação seria um ponto importante de chegada de viajantes, o Palácio das Esmeraldas, olhando 1 km acima das radiais (Goiás, Tocantins e Araguaia) também dariam essa sensação de que, se você chegasse a elas, vindo do aeroporto, e se você se dirigisse naquela direção, olhando para cima. Isso é um desenho estratégico”, argumenta. 

Identidade perdida

“Perdemos isso logo no início da construção de Goiânia. Os 10 primeiros anos da cidade foram os anos das obras de construção dos edifícios administrativos e da abertura das ruas. Dez anos depois da inauguração, em 1943, a gente já assistiu uma descaracterização do que seria esse plano original, que propunha que bosques fossem demarcados sempre que a cidade expandisse, e que a cidade privasse pela presença das árvores. Então nesses 86 anos ela foi descaracterizada, e ela se parece com qualquer outra cidade do interior do estado, ou de outros estados, mesmo uma cidade média a grande”, explica Maria Ester. 

Visita à casa do fundador de Goiânia 

neto de pedro ludovico teixeira

Luiz Carlos Teixeira e os jovens aprendizes no museu Pedro Ludovico Teixeira (Foto: SagresTV/Reprodução)

Um viu de dentro de casa a história da capital acontecer. Os adolescentes da nova geração, só agora têm os primeiros contatos com o passado da cidade onde vivem. O encontro entre Luiz Carlos Teixeira, neto de Pedro Ludovico Teixeira, e os jovens aprendizes da Renapsi aconteceu no Museu Pedro Ludovico Teixeira, casa do fundador da cidade, no histórico Setor Central, como parte do projeto cultural Goiânia em Tom Maior – 86 Anos. 

Aos jovens durante a visita ao museu, antiga casa do fundador de Goiânia localizada na Avenida que leva o nome da avó Gercina Borges, Luiz Carlos Teixeira rememorou a trajetória do avô famoso. 

“Foi a maior autoridade que teve em Goiás. Uma pessoa super honesta, e foi considerado um louco quando fez a cidade. O estado de Goiás era mais pobre que Mato Grosso e Piauí”, conta. 

Construída entre os anos de 1934 e 1937, a casa de Pedro Ludovico Teixeira é um dos vários prédios da capital concebidos no estilo art déco. No local, os jovens se sentiram tão à vontade que até se arriscaram na reportagem, como os jovens Rebeca Lisboa, Alteir Junior, Hellen Dias e Mauricio Miguel.

{gallery}2019/outubro/jovens_aprendizes_goiania_86_anos{/gallery} 

Confira a reportagem de Rafael Bessa

{source}
<iframe width=”560″ height=”315″ src=”https://www.youtube.com/embed/7pnCNt31FBI” frameborder=”0″ allow=”accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture” allowfullscreen></iframe>
{/source}