Já são 19 jogos do técnico Allan Aal no comando do Vila Nova Futebol Clube, ou seja, o mesmo que um turno inteiro. Oito vitórias, nove empates e apenas duas derrotas, um aproveitamento de 57% à frente do Tigrão. Para se ter uma ideia, o vice-líder, Grêmio, tem 55%, ou seja, inferior aos números do treinador colorado.

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Mas, antes chegar nesse desempenho, a caminhada foi longa. A estreia de Allan Aal no comando técnico do Vila Nova foi na 17ª rodada da Série B em confronto diante do Bahia. Na oportunidade, o Tigrão ocupava a lanterna da Série B e tinha apenas 25% de aproveitamento.

Em entrevista ao Sistema Sagres de Comunicação, o treinador contou como estava o ambiente naquela época em que o time era o último colocado do torneio.

“Um cenário em que os atletas estavam muito sentidos, magoados pelo desempenho deles e a gente detectou que a primeira coisa era readquirir nossa autoestima, com o trabalho, conversa, uma mudança de atmosfera. Acho que isso foi fundamental. A gente precisava preparar esses atletas não só fisicamente, taticamente ou tecnicamente, mas principalmente mentalmente. Traçar planos curtos, de três ou quatro rodadas, e não visualizar o cenário de uma maneira geral, porque aquilo assustava um pouco. O dia a dia nosso mudou de uma maneira drástica”, avaliou.

Assumir um time com apenas 12 pontos na tabela de classificação, com o objetivo de levar essa equipe à permanência na competição em somente 19 jogos, um turno, é um desafio e tanto. Apesar disso, Allan Aal encarou essa tarefa com o Vila Nova e revelou o motivo.

“O Vila Nova sempre foi uma equipe tradicional, de massa, torcida. A cidade tem uma atmosfera muito positiva, vim jogar contra algumas vezes e sempre me senti bem. Conversei com meu empresário e ele passou algumas situações por conhecer bem o clube, a região e a gente pensou, mas tem algo que é inexplicável. Você aceitar um desafio tão grande é algo que vem de dentro si. Falei que o desafio me move e eu tinha outras possibilidades, mas algo mexeu comigo. Na segunda conversa que tive com a diretoria, comecei a visualizar um cenário heroico, uma recompensa que não teria dinheiro que pagasse. Acho que vai ser uma coisa tão recompensatória como foi o acesso que consegui no Cuiabá”, disse.

Atualmente, depois da vitória contra o Cruzeiro no último dia 14 de outubro, são sete jogos de invencibilidade e os sonhados 45 pontos na tabela. O Vila Nova ainda não garantiu matematicamente a permanência, mas falta um ponto em três que ainda irá fazer, diante do Bahia e CSA, fora de casa, e Sport, em Goiânia.

“Falei para os atletas que jamais poderia visualizar chegar no primeiro dia e falar: nós vamos alcançar 45 pontos diante do Cruzeiro com uma vitória em casa. É um cenário inimaginável, mas a gente aproveitou a oportunidade. Fizemos uma das melhores partidas no OBA e fomos agraciados com a vitória. Esse grupo merece muito”, comentou Allan Aal.

De acordo com Frontini, diretor de futebol, existe uma cláusula no contrato em que permite uma renovação automática entre Vila Nova e Allan Aal. De acordo com o técnico, tem tudo para a negociação ocorrer.

“A gente precisa ainda ter algumas conversas, em questão de planejamento, principalmente em ideias no começo do ano. Acho que isso vai ser fundamental, tenho as minhas convicções em relação a isso, espero que sejam compatíveis com as do clube. Precisamos definir também quais são os objetivos do clube, não só os meus. A gente precisa saber qual a realidade do Vila ano que vem para tomar a melhor decisão possível”, comentou.

Foto: Sagres Online

A temporada do Vila Nova ainda prevê a disputa da Copa Verde no calendário. A estreia do time já é no final deste mês, dia 28, sexta-feira, e Allan Aal afirmou que será treinador do time na competição regional.

“Falei isso para os atletas e reforço: não acabamos nossa temporada. Não estamos de férias, saímos de uma situação que, obviamente, tira um peso e ainda falta um ponto matematicamente, mas a gente ainda não encerrou. Então, a gente vai procurar tomar as melhores decisões possíveis e entra muito também a questão física dos atletas, em um final de temporada, para que a gente possa colocar uma equipe competitiva, sabendo da importância da Copa Verde”, projetou.