Foto: Shutterstock

Eles costumam ser coloridos, possuem imagens natalinas de encher os olhos e só aparecem no final do ano. Uns estampam religiosidade, como a chegada do menino Jesus e outros trazem a imagem do bom velhinho seguido de um “ho, ho, ho”. O objetivo é desejar um Feliz Natal para alguém muito especial. 

Os cartões de Natal, tão presente nas tradições, sobrevivem até os dias atuais, em várias partes do mundo, e integram uma antiga forma de comunicação: as cartas e cartões postais, que chegam pelos correios. 

No entanto, e-mail e postais virtuais têm ganhado o espaço do papel, por serem mais práticos e econômicos. O coordenador de Comunicação dos Correios em Goiás, Saulo Barros, diz que não se pode negar que a tecnologia trouxe novos hábitos. 

“Houve uma mudança de cultura com toda essa tecnologia. Mas ainda existem as pessoas saudosas, que fazem questão não só de enviar o cartão de Natal, mas aquelas que recebem fazem questão de guardar esse cartão como lembrança. Então ainda é um produto muito utilizado”, argumenta. 

O servidor público aposentado, Hilton Borges, é uma dessas pessoas. Ele se inspirou no pai, que todo ano enviava cartões de Natal aos familiares. O filho manteve a tradição. A 20 dias da ceia, ele conta que foi até a agência dos Correios para despachar as cartinhas. 

“Eu achava muito bonito e adquiri esse hábito do meu pai. Mando para meus irmãos, amigos, e outros familiares. É um prazer que tenho de mandar o cartão, me sinto bem fazendo isso”, relata. 

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Segundo o coordenador dos Correios, só neste ano em Goiás, foram vendidos 1 mil cartões de Natal. “A procura vem caindo, no decorrer desses últimos anos. Cabe ressaltar que, além do cartão de Natal, temos o aerograma, que é um outro produto direcionado ao público do final de ano, não só para Natal mas também para o Ano Novo, que é personalizado. Este produto não requer o uso do selo. Se juntarmos o aerograma e o cartão, foram vendidos 2 mil exemplares este ano”, pontua.

A arquiteta e urbanista, Raphaella Maffra, recebe, todos os anos, cartões de Natal do amigo Hilton. “O cartão de Natal é muito diferente. Ele não vai ter servir em numeração, em cor. Ele vai te presentear em arte, em palavras, desejos. Isso é maravilhoso. Nessa época, a cada dois dias, vou ali abrir a caixinha do correio ansiosamente esperando receber não apenas o talão de água, energia, de contas para pagar. Fico aguardando o cartão de Natal da família”, descreve.

A própria Raphaella conta como mantém o hábito de presentear com lembranças por meio dos coloridos e tradicionais cartões, e faz uma reflexão sobre os presentes materiais. 

“Tenho o hábito de presentear com uma lembrancinha, e junto à ela um cartão, escrito de próprio punho. Mas, ultimamente, venho percebendo que o presente está ficando muito vazio. Está muito complicado agradar com presentes, objetos. Vou adotar a técnica desse meu amigo. Fazer o cartão não apenas como acessório da lembrancinha”, afirma. 

Para enviar o cartão de Natal, basta procurar as agências dos Correios, adquirir o cartão e o selo. Para Hilton Borges, a tecnologia jamais substituirá a tradição do papel. “Prefiro enviar o cartão do que o Whatsapp. Penso até que a tendência da humanidade é não falar mais, é falar pelos dedos. Quero preservar esse hábito de enviar cartões todos os anos”, conclui.

Com informações da repórter Letícia Martins