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Quatro partidos se destacaram na reorganização partidária que aconteceu em 1946: o PSD e o PTB, ambos criados por inspiração de Getúlio Vargas, e os oposicionistas UDN e PSP. O historiador Reginaldo Lima explica quais eram as diferenças entre PSD e PTB criados por Vargas.
“Getúlio Vargas na época do Estado Novo, de 1937 a 1945, teve o cuidado de ter tanto o apoio da oligarquia, como também dos sindicatos que têm o controle sobre os trabalhadores. Não é à toa que ele criou o PTB, porque o PTB foi exatamente o braço político de Getúlio dentro do movimento sindical”, conta.
Em 1950, Getúlio Vargas disputou a eleição para presidência da República pelo PTB e não pelo PSD, porque enxergou mudanças na sociedade daquela época, como afirma o historiador Reginaldo de Aquino.
“Ele sai de uma ditadura do Estado Novo, com característica fascistas muito fortes, e consegue, a partir de uma metamorfose, se tornar o grande líder populista com apoio popular. Ele sai com uma visão de ‘pai dos pobres’, que criou a CLT, que criou a Petrobras, e não com a visão do oligarca, coronel, dono de grandes propriedades rurais”, explica.
PSD, PTB e UDN formaram-se em Goiás a reboque das direções nacionais.
“O que acontece em Goiás, no período de 1946 a 1950, é muito reflexo do que acontece em nível nacional também”, afirma.
A UDN formou-se na oposição, mas foi incapaz de ganhar as eleições de Getúlio Vargas. Clever Luiz Fernando, professor da Universidade do Maranhão, acha que essa dificuldade dos udenistas criou o ‘germe do golpismo’ que culminou com o golpe militar de 1964.
“Ser golpista, está no DNA mesmo, na forma de fazer política. Há uma tentativa o tempo todo de não vencer eleitoralmente e tentar buscar outras formas para chegar ao poder. Isso marca, e quem faz isso de forma brilhante é o Carlos Larceda”, relata.
Para os dois pesquisadores, o germe golpista da UDN, tão evidente nas intervenções de Carlos Lacerda, ex-deputado federal e ex-governador do Estado da Guanabara, foi vitorioso com o golpe militar de 64.
“Uma pessoa que se percebe que tinha um projeto e uma sede muito grande pelo poder, mas que não percebia a possibilidade de ir pelos canais democráticos. Lendo os jornais da época e os jornais de Lacerda, a força e a virulência dele na escrita para descaracterizar, desconstruir e dar uma imagem distorcida da realidade do que era o governo do João Goulart é muito grande”, define.
Na próxima reportagem da série, que vai ao ar nesta quarta-feira (19), sobre a história dos partidos políticos no Brasil, confira o que aconteceu entre o golpe militar, em 1964, até a redemocratização, em 1985.
A produção e a edição de áudio são de Roberval Silva.
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