A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta crescimento de 1,2% para a economia brasileira em 2022. Esse é o cenário-base, há ainda um cenário pessimista e outro otimista. De acordo a CNI, para a estimativa de 1,2% se consolidar, espera-se a superação parcial de problemas conjunturais, como inflação, emprego e normalização das cadeias globais de valor a partir do segundo semestre do ano. A previsão consta do documento Economia Brasileira: 2021-2022, com balanço da economia e projeções para 2022.

No último Debate Super Sábado de 2021, a Sagres recebeu a vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Estado de Goiás (Corecon-GO), Kerssia Kamenach, e o presidente da Federação das Associações Empreendedoras, Comerciais, Industriais, de Serviços, de Tecnologia, de Turismo e do Terceiro Setor do Estado de Goiás (Faciest), Rubens Fileti.

Para Kerssia Kamenach, a expectativa é de um próximo ano economicamente imprevisível, mas preocupante. Entre os fatores está a nova variante da Covid-19, a ômicron, e a s eleições presidenciais de 2022.

“Nós temos dois extremos querendo a presidência e vários outros candidatos querendo se encaixar como uma terceira via, como se a terceira via de fato fosse a salvadora da pátria. Os candidatos têm demonstrado, e olha que o período eleitoral ainda nem começou, que vão para o tudo ou nada, e isso é preocupante”, alerta.

Para Rubens Fileti, fatores como a presença do agronegócio e da indústria farmacêutica, que cresceu nos últimos 24 meses durante a pandemia, pode contribuir para a retomada da economia brasileira em 2022. O presidente da Faciest projeta um crescimento do PIB goiano de cerca de 1,5%.

“A gente tem uma expectativa de que realmente vai ser um ano duro, um ano de cravar o nosso ritmo da retomada da economia, mas sempre com muita atenção em nossos custos, nas questões inflacionárias, de combustível que atrapalhou muito, de carne, de alimentos. No geral a inflação atrapalhou muito em 2021”, avalia.

Kerssia Kamenach analisa que o segundo semestre de 2022 poderá trazer um pouco mais de alívio para a economia. “O primeiro semestre ainda vai ser de desafios, não tanto quanto o deste ano, mas para o segundo semestre existe uma projeção em que a gente poderá respirar um pouco mais aliviado”, afirma.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,5%. A vice-presidente do Corecon-GO afirma que o avanço da vacinação pode continuar sendo um termômetro determinante para a retomada da economia.

“Depois da vacinação gerou uma certa segurança de poder retomar as atividades econômicas de forma mais tranquila, sem aquela turbulência que nós passamos. Então existe uma tendência de continuar esse crescimento”, afirma.

Um setor bastante afetado pela pandemia foi o empresarial, principalmente com o fechamento das atividades, o temido lockdown. Rubens Fileti acredita que é preciso que as entidades mantenham apoio aos empresários nesse processo de retomada da economia no próximo ano.

“Nós temos uma série de itens que dentro dessa pandemia fez com que o empresário desenvolvesse algumas habilidades para praticamente sobreviver ao seu negócio. 2022 não vai ser diferente. O apoio das entidades para os empresários precisa ser cada vez mais forte”, argumenta. Ouça o debate na íntegra

Rubens Fileti e Kerssia Kamenach (Foto: Montagem/Sagres Online)