A defesa de Maurício Sampaio pediu a íntegra da medida cautelar que embasou o mandado de prisão ao empresário. Com base nessas informações, os advogados buscam construir um pedido de habeas corpus, para que o empresário possa responder ao inquérito em liberdade.

O processo está sob a responsabilidade da juíza Denise Gondim, que é substituta da Segunda Vara Criminal de Goiânia. O Advogado Ney Moura Teles afirma que entrou com o pedido, mas que ele teria sido negado pela juíza. Depois disso, Teles buscou a Assessoria informal do Juiz auxiliar da presidência, Doutor José Ricardo Machado.

“Disse que faria com a juíza pra que ela refletisse e ponderasse sobre o respeito à Constituição. Voltei ao gabinete e ele disse que ela estava irredutível e que não iria deferir a vista do processo e que tinha feito um compromisso com a delegada em manter o processo sigiloso”, afirma.

O advogado criticou o suposto acordo firmado entre a juíza e a delegada titular de investigação de homicídios, Adriana Ribeiro. Ele disse que vai entrar com representações contra a juíza Denise Gondim. “O grave é que a juíza revelou que fez compromisso com a delegada. Um juiz só tem compromisso com a constituição e as leis. Juiz não faz compromisso com advogado, promotor, tampouco delegado. O fato é tão grave que vamos tomar providências formais contra esse ato junto à Corregedoria do TJ-GO e junto ao Conselho Nacional de Justiça”, relata.

A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça afirmou à reportagem que existe um procedimento investigatório, o que não é inquérito e nem uma ação penal. Por isso, ainda existem várias informações que devem ser mantidas em sigilo. O Tribunal confirma que o advogado Ney Moura Teles, com a devida procuração, pediu para acompanhar o processo de Sampaio e também requisitou acesso total à investigação.

A juíza informou, por meio da assessoria, que concedeu acesso parcial: à decisão (mandado de prisão), à representação que originou o mandado e cópia dos interrogatórios. A juíza não autorizou o acesso completo porque, segundo ela, não faz sentido que a defesa tenha contato com todas as informações, já que várias delas ainda são secretas.
Ela só se pronunciou sobre o que é oficial em relação ao processo, e não em relação a supostos diálogos do advogado com membros do judiciário.