A maioria dos partidos políticos com representação na Câmara dos Deputados já está com os líderes definidos para este ano. PMDB, PR e DEM, no entanto, têm dúvidas e a decisão deve ser divulgada somente no início dos trabalhos legislativos, em 1° de fevereiro. No caso do PMDB, essa decisão já tem data e hora marcadas: dia 03, às 18h. Entre os possíveis nomes está Sandro Mabel que apesar de cotado na sigla, precisará explicar um esquema envolvendo seu nome; o chamado “Golpe da Creche”, revelado esta semana pelo site Congresso em Foco.

De acordo com o Juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Sousa Oliveira, nos autos investigativos existem elementos probatórios que confirmam a participação do Deputado Federal em crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato. Segundo o inquérito da Polícia Federal, o golpe é uma modalidade de contratação irregular de funcionários fantasmas na Câmara dos Deputados, onde a quadrilha faz contato com famílias humildes da periferia da capital federal e oferece a possibilidade de auxílios de ordem social como, creche, alimentação e vale transporte.

Para praticar o ato, os deputados exigiam apenas que as famílias assinassem documentos, na verdade, cartas que contratavam pessoas como servidoras em gabinetes. Com a contratação certa e, teoricamente legal, a quadrilha ficava com os salários dos funcionários fantasmas e repassava apenas os benefícios dos auxílios.

Com relação à presença do Deputado Sandro Mabel no esquema, o Procurador da República, Bruno Calabrich, embasa a argumentação em depoimento da Chefe de Gabinete, Maria Solange Lima. A mulher disse que o próprio parlamentar era o responsável pelas nomeações e afirmou aos investigadores que um pasteleiro chamado Severino Lourenço foi contratado por ele. A informação partiu, segundo ela, do ex-motorista Francisco José Feijão de Araújo. Segundo o documento, Severino nunca trabalhou no gabinete. O pasteleiro, por sua vez, afirmou que foi vítima do ex-motorista e que ele pediu para assinar papéis que seriam usados para o recebimento de um bolsa-família para suas filhas.

Em nota ao site Congresso em Foco, Sandro Mabel, nega qualquer responsabilidade. Ao ligar em Brasília, na 10ª Vara Federal, a informação é de que nada pode ser dito por telefone. A reportagem da Rádio 730 entrou em contato com o Deputado Sandro Mabel que atendeu e disse que falaria, sem problemas, sobre as acusações em uma próxima ligação. No segundo contato, o parlamentar não atendeu a reportagem.

Reportagem: Lyra Rúbia / Edição: Rafael Ceciliano