* Com informações de Rubens Salomão

Deputados estaduais da base do governo estadual e da oposição têm se rebelado contra a administração estadual por causa de uma questão específica: os constantes vetos do governador, orientado pela Procuradoria-Geral do Estado, a projetos apresentados por parlamentares e aprovados na Casa.

O deputado Ernesto Roller (PMDB) avalia que esta não é uma reivindicação partidária e que deve ser encarada como demanda de toda a Assembleia Legislativa. “O que acontece que a visão do Executivo e de seus órgãos de assessoramento, talvez, seja de apequenar o trabalho da Assembleia Legislativa. A Assembleia tem que se afirmar e não sucumbir a este pensamento. A vetos que não se justificam senão para diminuir a Assembleia. A vetos que não se justificam senão pela vontade de prevalecer a força. Houve algumas derrubadas, mas o que a gente espera é que a Assembleia adote uma postura enquanto Assembleia, independente de sua cor partidária,” prega.

Mesmo aliados ao governo não deixam de criticar os vetos a projetos de parlamentares.  Lincoln Tejota (PSD) chega a questionar a importância da função dos parlamentares, já que, segundo ele, têm sido impedidos de legislar. “Nós temos vistos projetos importantes, que não vão gerar custos para o Estado, e eles são muitas vezes vetados. E muita coisa nem chega ao governador. A gente tem tido por parte da procuradoria do Estado de simplesmente vetar. Isto é um absurdo. Nós estamos aqui para legislar e não somente para fazer base… Daqui a pouco a população vai questionar pra que serve o deputado,” argumenta o parlamentar.

O líder da bancada de apoio ao governo, José Vitti (PSDB), confirma o problema e garante que já tratou do tema diretamente em duas reuniões. A primeira com o governador Marconi Perillo e a segunda o procurador-geral do Estado, Alexandre Tocantins. “Nós já discutimos esse assunto com o governador. A gente entende que é preciso ter uma aproximação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) também com os projetos dos parlamentares,” conta.