Dermatologista Lorena Dourado em entrevista ao Sinal Aberto, nesta quinta-feira (02) (Foto: Sagres TV)
Utilizado em procedimentos estéticos para alisamento capilar, o formol apresenta uma série de riscos para a saúde dos envolvidos no processo de aplicação do produto. Quem recebe a substância pode ter alergias, coceira, inchaço e vermelhidão no couro cabeludo, além de queda de cabelo. Já quem aplica o produto tem riscos ainda maiores, pois fica exposto à substância várias vezes ao dia e pode ter problemas respiratórios, alergia, irritação nos olhos, na pele e até câncer.
Por estes motivos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso do formol em concentrações mais altas nos alisantes. Segundo a dermatologista Lorena Dourado, a uma única forma de usar a substância em uma concentração maior é nos esmaltes. “O esmalte tem até 5%, que é para endurecer a unha, mas é uma aplicação muito pequena, por isso que a Anvisa libera”, afirma.
A concentração liberada para procedimentos capilares, de 0,2%, é para evitar o acúmulo de bactérias, para ajudar na conservação dos produtos, ou seja, não possui o necessário para alisar o cabelo. Para identificar se o produto possui formol em excesso, é preciso sentir o cheiro e notar se há irritação nos olhos. Vale ressaltar que o uso do produto danifica o cabelo e, ainda segundo a dermatologista, todas as escovas com produtos com base no formol, necessitam de retoques com a chapinha, que causam, também, um dano térmico aos fios.
O formol ainda é muito utilizado, pois a sua aplicação exige uma técnica simples, facilitando o trabalho dos cabeleireiros. Os três produtos liberados pela Anvisa para o alisamento capilar são tioglicolato, hidróxidos e a guanidina. “Mesmo quem tem o cabelo mais crespo consegue alisar com eles”, diz.
Sobre a saúde dos cabeleireiros, que ficam expostos ao produto, a dermatologista afirma que a máscara ideal para aplicação do formol é um pouco mais cara do que a convencional, mais utilizada e, por isso, eles também optam pela mais simples, que não os protege da maneira correta. O correto é utilizar os produtos liberados pela Anvisa, citados acima. Caso o profissional insista na aplicação do formol, realizar o procedimento em local aberto, com melhor ventilação, pode ajudar a evitar danos mais sérios.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB) lançou uma cartilha, com explicações sobre tudo que pode ser utilizado nos procedimentos. Para as pessoas que não tem acesso a essa cartilha, é necessário olhar se o produto tem liberação da Anvisa, que coloca um número de identificação na substância. A cartilha pode ser encontrada no site da SDB, no www.sdb.org.br.
Confira a entrevista completa com a dermatologista Lorena Dourado
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