Pessoas que fogem de Quneitra, sudeste da Síria, procuram abrigo em descampados (Foto: Unicef/Alaa Al-Faqir)
As Nações Unidas revelaram esta terça-feira que, com a piora do conflito no sudoeste da Síria, ocorre o que pode ser “um dos maiores deslocamentos desde o início da guerra”.
A Agência da ONU para Refugiados estima que entre 270 mil e 330 mil pessoas fugiram dos bombardeios aéreos e dos combates terrestres desde 20 de junho na sequência de ataques das forças do governo contra a milícia da oposição em Daraa. O número inclui 60 mil refugiados sírios encalhados na fronteira com a Jordânia.
Comida
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, disse que em resposta à emergência distribuiu comida suficiente para 200 mil pessoas durante um mês.
A porta-voz da agência, Bettina Luescher, descreveu o movimento como o “maior deslocamento de população no sul da Síria” desde o início da guerra em 2011.
Fronteira
Centenas de funcionários do PMA também deixaram a área por causa da violência. Essa situação “ameaça a distribuição de ajuda no futuro”.
O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas cita o exemplo dos deslocados sem abrigo adequado na fronteira ao destacar que o aumento de ataques tem forte impacto nos civis.
O apelo a todas as partes envolvidas no conflito é que protejam as pessoas que estão nas áreas do sudoeste da Síria, bem como aqueles que tentam fugir.
Capacidade Financeira
O Escritório quer que a comunidade internacional receba os civis que fogem da Síria. O pedido particular aos países da região, com capacidade financeira, é que estes recebam um maior número de refugiados.
O Escritório de Direitos Humanos diz reconhecer que a Jordânia, o Líbano e a Turquia já abrigam um grande número de refugiados há muito tempo, particularmente da Síria, desde que começaram os confrontos no país.
Fronteira Aberta
A nota realça que, apesar de ser encorajador que muitas pessoas fazem o que podem para acolher os sírios em países anfitriões, os seus governos têm que manter as fronteiras abertas e oferecer comida e água aos refugiados sírios.
O pedido feito às partes envolvidas é que garantam um acesso humanitário seguro, sustentado e desimpedido aos necessitados conforme suas obrigações sob o direito internacional.