O secretário de Saúde da cidade de Goiás, Marcos Elias, disse em entrevista à Sagres, nesta terça-feira (25), que as comemorações pelo Dia das Mães (2/5) foi a causa do aumento de casos de notificação de covid-19 no município. Antes do feriado, a cidade notificava uma média de 5 casos por dia, sendo que após a data essa média subiu para 23 e, nesta segunda-feira (25), chegou a 33 novas notificações. Segundo ele, os restaurantes, bares e lojas ficaram lotados no Dia das Mães o que explicaria a disseminação da doença na cidade.

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Em função desse crescimento de notificações e de internações, com ocupação máxima de leitos de UTIs, a prefeitura decretou medidas restritivas de funcionamento das atividades comerciais e proibição de circulação pela cidade entre 19h e 6h. O decreto vale até este fim de semana, mas o secretário Marcos Elias informou que ele deve ser prorrogado para a próxima semana visando o feriado prolongado de Corpus Christi, na quinta-feira (3/6). A cidade quer prevenir nova onda com o possível aumento de visitantes. “Esse feriado que nos preocupa, de quinta, sexta, sábado e domingo. É muito preocupante para uma cidade turística como a Cidade de Goiás”.

Confira o decreto:

De acordo com o secretário, o perfil dos doentes são pessoas com menos de 59 anos de idade, que ainda não foram vacinadas, e funcionários de lojas comerciais. “Encontramos comércio com até dois funcionários doentes, desmentindo que não há contaminação no comércio”, informou à Sagres. Marcos detalhou que a prefeitura tem um protocolo em que após a identificação de dois casos em um estabelecimento comercial o local é notificado e os funcionários testados. Em caso de mais um positivo, o comércio é fechado temporariamente.

Uma outra observação feita no município considera a proliferação do vírus no meio familiar. O titular da pasta explicou, por exemplo, que mesmo o Dia das Mães não sendo um feriado prolongado, a cidade de Goiás tem muitos moradores com familiares em outras regiões, então a data faz com que muitas pessoas viagem ao município. “Porque é tudo família, parente, se acomoda, tira a máscara. Então a gente vai perdendo os protocolos de segurança quando a gente está no seio familiar e esse que é o perigo”.

Marcos ressaltou que no momento os pacientes da cidade estão na fase de internação e que não houve óbito recente. Porém, diante do crescimento no número de casos, a cidade precisou abrir dois novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de urgência. “A gente tinha sete leitos de UTI e hoje temos nove pacientes internados”.

De acordo com o Painel da Secretaria de Saúde, Goiás já registrou 42 óbitos pela doença, o que representa uma média de 185,47 por grupo de 100 mil habitantes (a média de Goiás é de 237/100 mil) e 1.132 casos.

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