Em entrevista à Sagres nesta segunda-feira (11), a superintendente de vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Flúvia Amorim, afirmou que o aumento nos números e a velocidade de casos confirmados no Estado é preocupante, porém a taxa de óbito tem crescido lentamente. Goiás possui 47 óbitos registrados, em dois meses desde o primeiro registro em 12 de março. De acordo com Flúvia Amorim, essa taxa está relacionada, principalmente, ao acesso aos serviços de Saúde de forma adequada. “A pessoa que está doente, tendo acesso ao serviço de saúde e a assistência adequada, sabemos que tem menos óbitos”, disse.

No Estado de Goiás, a taxa de ocupação dos leitos estaduais varia entre 36 e 37%, afirmou a superintendente. “Observamos que todas as pessoas que precisam de internações tem conseguido assistência e isso com certeza impacta número de óbitos pela covid-19”, afirmou. De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), o Estado registrou 1.093 casos confirmados do novo coronavírus. O número de óbitos chega a 49 e 11.799 casos estão sendo investigados no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cyneiros (Lacen-GO).

Com relação ao aumento do número de casos confirmados no Estado, Flúvia alerta para o mês de abril, principalmente a segunda quinzena, quando houve um aumento maior. “Nos preocupa ainda mais, quando vemos várias pessoas na rua, várias atividades funcionando, além daquelas que estavam previstas no decreto, e mais do que isso, as atividades funcionando sem levar em consideração as recomendações que foram preconizadas”, ressaltou.

A superintendente de vigilância em Saúde da SES-GO, afirmou que não tem como traçar um parâmetro de como estaria a situação caso não houvesse a flexibilização, porque, segundo ela, o que foi é recomendado no decreto não está tendo seguido. “Estamos em um situação complicada, se após o último decreto estivéssemos com as atividades econômicas que estavam previstas funcionando seguindo os protocolos que foram recomendados, a gente teria um parâmetro de comparação. Para dizer o quanto aumentou, se poderia manter essa flexibilização do jeito que está, mas hoje a gente não tem esse parâmetro”, disse.

Por outro lado, Flúvia reconhece que os dados em Goiás, comparado a outros Estados, ainda é menor, mas considerou que com o aumento de contato entre as pessoas, a consequência (o aumento de casos) não é imediata. “Ela vem depois de 10 a 15 dias. Primeiro com o aumento do número de casos, depois aumento de internação e depois aumento de número de óbitos. Então o impacto, seja positivo ou negativo, ele não é imediato a gente não consegue ver geralmente duas semanas”.