O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) exibe nesta terça-feira (9), às 18h30, o documentário “Ciência: Luta de Mulher”. O filme foi desenvolvido por meio de parceria entre Observatório do Conhecimento, Adufg e sindicatos de todo o Brasil.

Um dos principais objetivos da produção é mostrar que os caminhos da ciência são para todas as mulheres, independente do ponto de partida ou da disciplina a qual se dediquem, como explica a vice-presidenta da Adufg em entrevista à Sagres TV, Luciene Dias. Assista a seguir

”O grande objetivo é sensibilizar o debate sobre a importância e especificidade de mulheres fazerem ciência. Hoje a gente já tem um número significativo de mulheres nas universidades, que no caso do Brasil é o principal locus de produção científica, mas essas mulheres ainda vivenciam uma realidade que as distancia das estatísticas necessárias de produção do conhecimento”, afirma.

Segundo Luciene, o filme também tenta responder como as mulheres cientistas enfrentam a estrutura machista da sociedade brasileira.

”Trazer essa discussão para o âmbito do sindicato dos docentes das universidades federais de goiás pode ajudar a gente a se reconhecer enquanto universidade múltipla quando se fala em questões de gênero. Sem contar que é uma oportunidade para que as mulheres da UFG debatam com outras mulheres estratégias de produção científica respeitando essas especificidades”, argumenta a vice-presidenta da Adufg.

Luciene Dias (Foto: Adufg)

De acordo com Luciene Mendes, outro desafio das mulheres retratado na produção é romper com a barreira da masculinidade no ambiente acadêmico, desde a linguagem utilizada até a credibilização da pesquisa realizada por elas.

”É acreditar que o fato de ser mulher não pode distanciar o que a gente pensa da nossa forma de fazer ciência. Nós fazemos ciência a partir de um lugar que foi negligenciado historicamente e o grande desafio é romper com essa negligência, com essas barreiras. Como? Produzindo, credibilizando, mas ao mesmo tempo reconhecendo que mulheres têm necessidades especiais como os cuidados que a maternidade exige, como uma dicção que seja aceita como produtiva, uma escrita mais afetiva”, conclui.

Luciene Dias, à direita, no STM, com Jéssica Dias (Foto: Sagres TV)