Depois de uma reunião com a presidente da República e com outra reunião nesta segunda-feira com a cúpula da CBF, vê-se que o momento é refletir os rumos do futebol brasileiro. De refletir e de buscar alguma saída que salve o futuro do esporte no país. Quem está a mais tempo no futebol tem diversas opiniões sobre a situação estrutural, e assim como Hélio dos Anjos expôs seus ideais no Atlético, o técnico Ricardo Drubscky, do Goiás, fez o mesmo.
O comandante esmeraldino é daqueles que entende ser necessário seguir um modelo europeu para o calendário do futebol brasileiro, com o torneio nacional, com 20 clubes, tendo uma duração maior do que os atuais seis ou sete meses. O treinador acredita que esse readequação deixar a competição mais atraente, com a chegada de investidores e consequentemente, evitará a crise financeira que até mesmo grandes clubes atravessam.
“Nós precisamos adequar nosso calendário pra fazer o campeonato ser mais convidativo, ser mais lucrativo. O excesso de jogos tá vulgarizando um pouco o espetáculo. A partir do momento que tivermos um campeonato nacional mais diluído ao longo dos 10, 11 meses de competição que a gente tem, nós vamos ter um campeonato mais atrativo financeiramente, com investidores querendo participar. Nós precisamos encontrar essa equação gestora que melhor mostre o espetáculo, e a partir daí, a gente profissionaliza mais nosso futebol”
A Série A teve no último final de semana, pela 12ª rodada, a reestreia de Kaká pelo São Paulo, que enfrentou justamente o Goiás, e o ídolo tricolor foi o destaque do time apesar da derrota. Drubscky vê que não é só promover o retorno de craques dessa qualidade, mas sim impedir que talentos deixem o país tão cedo, o que também atrapalha o crescimento do futebol brasileiro.
“Nós temos gigantes aqui no nosso país e temos um potencial financeiro também muito grande. Nós demos espetáculo aqui, mostramos para o mundo inteiro que o Brasil enche estádios quando temos jogos que valem realmente, e já temos jogos no Brasileiro que estão repletos também. Se a gente partir desse ponto, nós vamos perder menos jogadores. Voltar Kaká, voltar outros jogadores é sempre bom, mas interessante seria se eles não saíssem daqui, com uma Liga convidativa”