A Comissão Especial de Inquérito dos combustíveis da Câmara Municipal de Goiânia se reuniu mais uma vez para dar andamento na investigação dos preços abusivos nos postos da capital. Nesta segunda-feira (25) a CEI convocou mais cinco representantes de postos para prestar esclarecimentos sobre os sucessivos acréscimos nos valores praticados nas bombas que ocorreu na capital nos últimos meses e também uma possível formação de cartel no segmento de vendas de combustíveis em Goiânia.
Dos cinco representantes convocados para a segunda rodada de questionamentos na Câmara, apenas dois compareceram. O presidente da comissão, o vereador Djalma Araújo (PT), reclamou do posicionamento adotado pelos representantes de postos durante as investigações. “Nós começamos a ouvir na semana passada três representantes de postos de gasolina em Goiânia. As informações que eles passaram foram muito claras, de que não existe cartel”, comentou o vereador, em entrevista ao repórter da Rádio 730, Samuel Straioto.
“Eles vem já com todas as respostas feitas por orientação do Sindiposto. Mas é um cartel, um cartel extremamente organizado. É a primeira vez que o poder legislativo investiga esse pessoal”, acrescentou Djalma. Um dos representantes dos postos de combustíveis que compareceram na audiência, Marcelo Carvalho garantiu que o aumento dos preços é de responsabilidade das distribuidoras. Ele ainda assegura que não há prática de cartel no setor.
“A gente está apenas repassando os valores conforme as distribuidoras tem passado pra nós. Isso é muito fácil de comprovar hoje, porque você apenas pega uma nota de entrada com aquilo que vem aumentando, e a gente está apenas repassando os valores. Carterização são preços abusivos. Acho que tem que pesquisar sim, sempre é bom, cada vez mais o povo está mais instruído diante daquilo que está acontecendo, mas eu não vejo carterização em nenhum tipo de Goiânia, porque pelo menos da nossa parte não existe preço combinado”, disse.
Ausentes serão convocados
Djalma Araújo criticou duramente o comportamento adotado pelos responsáveis pelo aumento de combustíveis durante as investigações da CEI. “Essas pessoas estão acima do bem e do mal. A cidade parece que é um patrimônio delas, elas passam por cima da legislação, passam por cima de qualquer cidadão, do consumidor goianiense, eles não tem nenhum senso de responsabilidade com o cidadão, são pessoas inescrupulosas, não tem nenhum respeito. Parecem que estão agindo num estado que não tem nenhum tipo de lei”, esbravejou o vereador.
De acordo com os integrantes da Comissão, os representantes de postos que não compareceram na Câmara Municipal de Goiânia serão convocados judicialmente. Análises feitas constataram que as distribuidoras cobram dos postos R$ 1,76 por litro de gasolina, e o valor atualmente repassado para o consumidor está na faixa de R$ 3,18. A próxima convocação está prevista para ocorrer às 15h desta sexta-feira (27).