Ontem a noite no Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás estava previsto o julgamento dos incidentes ocorridos no jogo entre Itumbiara e Santa Helena, no estádio JK, em rodada do Campeonato Goiano. Naquela oportunidade, como relatado em súmula pelo árbitro do jogo, o presidente de honra e prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha, e seus seguranças agrediram o trio de arbitragem e o delegado da partida. A expectativa era grande de qual seria a sentença pelo fato. Mas veio a frustração.
O julgamento foi adiado para a próxima terça-feira (23/03) na sede do TJD-GO. E ainda fazem a pergunta porque o torcedor anda desanimado com o futebol. Chega a ser teatral o que vimos ontem, algo similar a dos membros de nossas casas legislativas em Brasília (deputados e senados) e outros tantos exemplos por nosso país.
Sabe por quê não houve julgamento? Porque faltou o estatuto do Itumbiara Esporte Clube para saber se realmente consta o cargo de presidente de honra no quadro de regras do tricolor. Se não existir, por mais que todo mundo saiba que quem manda é o José Gomes, (até o atual presidente declarou várias vezes que precisa consultar o presidente de honra para definir situações) ele só poderá ser julgado em âmbito civil pelas supostas agressões. E aí eu faço a pergunta: Se considerado como um torcedor, o Itumbiara será punido como invasão de um torcedor ao gramado e que agrediu o trio de arbitragem? Doce ilusão…
Outro ponto é a questão dos mandos de campo. Com o julgamento adiado para a terça-feira, se punido com perda de mando de campo como está no artigo 213 (1 a 10 jogos), o Itumbiara poderá jogar normalmente na quarta-feira contra a Canedense no JK por causa do estatuto do torcedor. Quanto ao jogo contra o Atlético no outro final de semana, poderá ocorrer normalmente no JK, caso o presidente do tribunal conceda o efeito suspensivo.
Vamos para um mundo ideal, surreal, imaginário, onde o Itumbiara seja punido pela falta de segurança dos jogadores e trio de arbitragem no estádio JK. Ele teria que mandar seu jogo contra Canedense e Atlético a um raio de 100 km de distância da praça. Está no CBJD. E como apenas os estádios que abrigam os jogos da primeira divisão estadual possuem os laudos exigidos pela FGF, por isso os jogos só poderiam ocorrer em Anápolis ou Goiânia e região metropolitana.
Mas vamos ver até onde vai dar toda esta história. Só acredito em uma coisa, não adianta querer dar rótulo de grande a um campeonato que já é limitado na base estrutural e profissional. Só sei que ainda vão continuar se perguntando, “por que o torcedor está fora dos estádios?” e a resposta estará há um palmo do nariz…