O Goiás perdeu para o Oeste na noite dessa sexta-feira (04), no Estádio Serra Dourada, por 2 a 0. A partida foi a última do primeiro turno e marcou bem o que foi a campanha do Verdão na primeira metade desta Série B. Assim como no ano passado, a torcida está bastante frustrada até aqui com o elenco. Em 2016, ao final da 19ª rodada, o Goiás era o 17ª colocado com 19 pontos. Hoje, é o 14ª com 23.

Em 19 rodadas o time esmeraldino alcançou apenas sete vitórias. Foram 10 derrotas e dois empates, um aproveitamento de 40,4%. Argel Fucks é o terceiro treinador do Goiás neste início de campeonato e em quatro partidas está com o aproveitamento de 50%, foram duas vitórias (contra Ceará e CRB) e duas derrotas (para Internacional e Oeste).

Essa oscilação de resultados e a pressão da torcida esmeraldina podem estar gerando um ambiente pesado na Serrinha. Esta é a informação que o repórter André Rodrigues, da Rádio 730, teve acesso e conseguiu a cofirmação de Léo Gamalho após a derrota para o Oeste.

André relatou que teve uma reunião entre os jogadores e que Gamalho foi o único a se levantar e apontar os defeitos que via no grupo em que trabalha, e por isso havia sido muito criticado pelo restante da equipe. Em entrevista, o atacante revelou que o ambiente está sim tumultuado, mas evitou fazer críticas aos companheiros ou afirmar que o elenco está dividido.

Confira abaixo a entrevista completa:

O elenco está unido da forma que você acha que é correto?

– É difícil ter um elenco unido quando se perde muito, ambiente bom é ambiente de vitórias. No início do ano éramos realmente uma equipe bem unida, havia um ambiente muito bom, mas com os últimos resultados as coisas acabaram não ficando da mesma maneira, mas não posso dizer que o grupo está rachado. De maneira alguma vou afirmar isso, o que eu vejo de errado procuro falar e as vezes até me exponho um pouco diante do grupo.

É verdade que você foi muito criticado pelo grupo após apontar os erros que estava vendo no ambiente do Goiás?

– O que acontece no vestiário, fica lá. Mas assim como falo para os meus companheiros eu me cobro também. Tenho que olhar para mim e não para os outros. Estou me esforçando e vi que tive uma grande melhora porque realmente antes não estava bem.

Esse elenco está rachado? Tem gente que não está remando junto?

– É muito difícil de falar isso, posso te dizer que ano passado quando cheguei aqui me assustei um pouco com o Goiás, não faço parte de panela nenhuma. Sou um jogador que procura honrar a camisa do time onde jogo. No futebol nunca faço nada sozinho, sempre preciso dos meus companheiros e me incluo nesta situação que o Goiás está. Mas se você sabe por bastidores que sou um líder positivo, não preciso nem falar por mim mesmo. É do conhecimento de vocês que o Kleina queria me levar para a Ponte Preta, se eu tivesse um caráter duvidoso ou fosse um jogador de panela, tenho certeza que nenhum treinador se interessaria por mim.

Você não está marcando muitos gols, a verdade é que a bola não está chegando para você lá na frente?

– É complicado falar isso porque são meus companheiros. Há qualidade, a questão é que não conseguimos ser contundentes nesta partida e entendo a cobrança do torcedor, não deixo de me esforçar. Estou me esforçando do mesmo jeito de quando eu cheguei aqui, o problema é que o torcedor nos últimos tempos vê que fiz apenas um gol. Mas acho que quanto mais a gente cria é melhor para o grupo, tanto que temos Gustavo, Viçosa, Aylon, e são jogadores que jogam ali na frente, e se não conseguirmos criar, para nós que somos atacantes, fica mais difícil. Mas tenho certeza que o Argel terá uma semana aí para trabalhar após essa sequência. Estou muito triste com a nossa situação, mas acabou o primeiro turno e agora é passar uma régua nisso tudo porque o segundo turno é possível. Não pode faltar dedicação e temos que honrar a camisa do Goiás.