A cidade tem poucos serviços públicos eficientes e o fato é que um grupo quer juntar esses poucos aos muitos que não prestam. Uma ação elogiada do governo é o transporte coletivo no Eixo Anhanguera. Agora, vão acabar com o que está dando certo e substituir os ônibus por bondes, com o apelido modernete de Veículo Leve sobre Trilhos.

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O Eixo Anhanguera é abastecido por ônibus advindos dos bairros. Eles largam os passageiros em currais. Os currais têm o nome oficial de “terminal”, mas a rima correta é central de tortura. Depois que escapa da tortura nos currais, o passageiro enfrenta um sufoco terrível até entrar no veículo da Metrobus. Exclusiva na Avenida Anhanguera, a principal de Goiânia, a Metrobus é a empresa estadual do transporte coletivo. A estatal é subsidiada, consome mensalmente cerca de 10 milhões de reais dos recursos públicos. Com o VLT, o rombo vai aumentar. A verba que falta para os professores a demagogia paga em subsídio para o transporte e a tendência é o populismo engolir mais.

Atualmente, o torturado se depara com outro suplício, a expectativa de a Metrobus acabar. A Metrobus tem mais aspone do que motorista de ônibus, tem mais fantasmas que o Cemitério Parque, tem mais rolo que fábrica de fio. Ainda assim, é preferível a Metrobus como está do que substituir seus ônibus por bondes.

O VLT foi idealizado por grandes empreiteiras. Caso insista em instalá-lo, o governador Marconi Perillo pode estar dando adeus a sua carreira. O último destruidor da Avenida Anhanguera foi Naphtali Alves, que saiu do palácio direto para o ostracismo. É o caminho natural de Marconi, pois o VLT vai provocar quebradeira de lojas e travar de vez o trânsito. Os bondes não têm a capacidade do ônibus, menos ainda do biarticulado. Teimando com a porqueira, Marconi vai se enterrar. E quem gosta dele clama para se enterrar completamente, porque se deixar algum naco de fora vai ser pisado pelas vítimas do transporte coletivo.