2015 já prometia estaduais mais fracos. Primeiro pelas fórmulas horrorosas que as federações inventaram para as disputas, sendo os mais esdrúxulos o carioca e o paulista (que não fazem sentido nenhum), e depois pela previsível crise financeira que quase todos os clubes brasileiros mergulharam, causado pela irresponsabilidade com que vinham se sustentando há muito tempo e pela crise geral que atinge o mercado nacional.
Mas, nem os mais pessimistas poderiam prever tamanho desastre. Lá no Rio, exceto o Flamengo, todos os demais times estão pagando para jogar. É, cada clube tira do próprio bolso porque a renda com bilheterias e as demais receitas conseguem ser inferiores a despesa dos times para realizar a partida. O Botafogo, um dos grandes, só não teve prejuízo em uma única partida até aqui, e olha que o Bota é o líder isolado da competição. Sabe quem é a única instituição que não sai no prejuízo com o campeonato? A Federação Carioca, Ferj. Que sorte a dela, hein?
O Goianão infelizmente acompanha essa tendência. Públicos pífios, times desinteressados e dirigentes ainda mais. Adson Batista, diretor do Atlético, atual campeão, chegou a dizer que o rubro-negro só vai contratar agora pensando no segundo semestre e que não faz questão de uma classificação para as fases finais do Goiano. Será que o torcedor pensa assim? Além disso, o clube, mesmo em situação financeira complicada, não faz nenhum esforço para trazer nomes interessantes que pudessem alavancar o time e o ânimo da torcida no Goianão.
Lá no Goiás, principal nome da competição, o pensamento é mais ou menos esse. O elenco que disputa a competição é quase o sub-20, com algumas peças experientes que vieram já pensando no Brasileiro. Os demais, garotos em busca de um lugar ao sol e apostas em contratações desconhecidas. Errado? Até que não, se houvesse um mínimo de preocupação com a competitividade do time e interesse em demonstrar um bom futebol no estadual. Mas nem isso.
Soma-se à esse descaso dos times com o Campeonato Goiano a ausência do Vila Nova, que sempre foi um grande chamariz para a competição. Não tem como ser otimista com os principais times apresentando um futebol tão ruim. Não tem como ser otimista vendo o Goiás, com mais de 500 mil torcedores, jogando para 600 pessoas. Não tem como mais, não tem. O torcedor é culpado de não ir ao estádio? Não. O clube é culpado de não montar um time atrativo e colocar um valor acessível ao torcedor e a federação é culpada por ter que engolir jogos às dez horas da noite ou em plena segunda-feira.
São muitos culpados e nenhuma solução. O que fica é a saudade de quando os times disputavam de alma e coração o valioso título de campeão goiano. A saudade do charme que os bons estaduais de uns anos atrás traziam no início de cada ano.