Um levantamento da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) prevê que o Ensino à Distância (EAD) tende a superar o presencial em 2022. Segundo o balanço, a procura pela modalidade aumentou 59% entre 2020 e 2021, em comparação aos anos anteriores.

Os dados vão ao encontro das informações disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pelo Ministério da Educação (MEC), que apontam que os cursos de EAD no país em 2020 receberam mais matrículas do que os presenciais, tanto na rede pública quanto na privada, conforme indicativos do Censo da Educação Superior 2020, divulgado em fevereiro.

Em entrevista à Sagres, o especialista em Educação e Tecnologia Alfredo Freitas, afirma que um dos pontos positivos do EAD é a neutralização da localidade geográfica, o que torna irrelevante a localização de professor e aluno, de forma que o estudante possa também ter acesso a melhor profissionais. Assista a seguir a partir de 59′

”Uma pessoa que está em Cocalzinho pode estudar com professores de Goiânia, às vezes mais capacitados do que os da cidade em que ela reside, sem que ela tenha que se deslocar fisicamente para a capital. A internet, quando bem utilizada, transforma em irrelevante a localidade geográfica do estudante e do professor para o processo de ensino-aprendizagem”, pontua.

Outra questão é a possibilidade de adequação do horário e rotina do estudante. ”É possível gravar uma aula expositiva, o estudante assiste essa aula previamente, entra em um grupo de discussão com dez ou 12 pessoas ao vivo, e o professor instiga o debate, e vai percebendo o que cada estudante compreendeu e traz essa realidade do aluno oferecendo um feedback rápido”, destaca Alfredo Freitas.

Dos mais de 3,7 milhões de ingressantes de 2020 em instituições públicas e privadas, mais de 2 milhões (53,4%) optaram pela modalidade remota e 1,7 milhão (46,6%), pela presencial, segundo a Agência Brasil.

Uma das iniciativas de destaque em relação ao EAD é a da Prefeitura de Goiânia, o projeto ”Aula Digital” que integra o programa ”Smart Educação”. A ação insere a tecnologia em sala de aula, equipando 170 instituições municipais de ensino. Ao todo, foram 2,8 mil tablets, computadores, pen drives e demais acessórios nos kits do Projeto Aula Digital distribuídos nos últimos meses.

”O que a gente precisa agora é não deixar essas ferramentas paradas, mas trazer a praticidade dessas ferramentas, conectá-las ao dia a dia educacional. A vantagem da SME com tudo isso é monitorar qual profissional e qual instituição de ensino estão fazendo um bom uso. Todos esses dados darão base para melhorar gradualmente o processo de ensino-aprendizagem”, conclui Freitas.