O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,2% no primeiro trimestre de 2021 e criou a expectativa de que haja uma aceleração da economia durante este ano. O economista Jeferson Castro de Vieira explicou, em entrevista à Sagres, que o crescimento foi registrado na agropecuária, indústria, na área de serviços e nas commodities, mas que há um outro lado que precisa ser observado.
“Se nós olharmos a questão do desemprego no primeiro trimestre deste ano, nós estamos com 14,8 milhões de pessoas desempregadas e com tendência de aumento. Nós temos 6 milhões de desalentados, aquelas pessoas que deixaram de procurar emprego. Isso significa que o Brasil precisa gerar urgentemente, pelo menos, 20 milhões de empregos”.
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Jefferson detalhou que o desemprego hoje atinge mais jovens, mulheres e negros, além de afetar mais pessoas na região Nordeste do Brasil. “Tem o copo cheio e o copo vazio, você pode olhar dos dois lados”.
Vale ressaltar que mesmo entre as áreas que registraram crescimento, a sensação é, apenas, de alívio, pois essa subida não é capaz de igualar a queda que o país sofreu em 2020. “A economia estava caindo 4,1% e agora está em menos 3.8%. Então significa que nós estamos devendo ainda. Temos uma longa trajetória pela frente”.
Outro ponto abordado pelo economista é a inflação, que segundo Jeferson, está muito alta, em 6,7%. “E se nós dividirmos essa inflação entre classe alta e a classe baixa, a inflação para classe baixa é muito mais forte do que para a classe alta. Então, vamos dizer assim, para as pessoas de menor poder aquisitivo, a inflação está batendo muito forte”.
“Eu diria que para o lado econômico, para o agronegócio, para uma parte da indústria, serviços, mercado financeiro está bonito, mas essa outra parte, eu diria que não está legal, que precisamos corrigir”, declarou.
Goiás
Ainda sem dados divulgados para os estados, Jeferson avaliou que Goiás parece crescer um pouco acima da média nacional, considerando, por exemplo, o indicador de desemprego, que tem índices melhores que o Brasil. “Goiás tem uma característica interessante, com uma agropecuária muito forte, alguns seguimentos ligados à agropecuária, a questão do comércio também forte e isso faz com que a economia do Estado não sofra como a nacional”.