(Foto: Reprodução / Internet)

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O programa Fomentar/Produzir precisa passar por ajustes, mas sua base deve ser mantida, pois ele é o propulsor do desenvolvimento econômico do Estado, afirma o economista Júlio Paschoal, professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e ex-superintendente do programa na Secretaria de Indústria e Comércio (SIC) em 2011. Em entrevista à Sagres 730, nesta quinta-feira (19), o economista reconheceu que os incentivos fiscais não contribuíram para reduzir as desigualdades regionais, mas afirma que isso não acontece “do dia para a noite”.

Paschoal fez essa observação ao analisar o estudo desenvolvido pelo Instituto Mauro Borges (IMB), finalizado em novembro de 2019, de avaliação de impacto do Fomentar/Produzir, revelado com exclusividade nesta quarta-feira (18) pela Sagres. O estudo denominado “Incentivos Fiscais e o Estado De Goiás: Uma Análise de Impacto e do Custo Econômico dos Programas Fomentar/ Produzir e Crédito Outorgado” concluiu que os incentivos fiscais (isenção e créditos outorgados), nos últimos 12 anos fomentaram as desigualdades internas, ficaram concentrados na região Centro-Sul do Estado, registraram impacto negativo na ampliação da produção industrial e na taxa de crescimento de empregos, aumentaram o custo do emprego e que a maior parte dos incentivos foram alocados em setores produtivos “com baixo ou nulo encadeamento com a economia goiana”.

O economista considera que o fato de o desequilíbrio regional ainda continuar não significa que o programa falhou. Para ele, há um longo caminho a ser percorrido e admite que hajam “ajustes”. No entanto, ele considera que o estudo do IMB mostrou que os resultados dos incentivos fiscais foram positivos ao revelar aumento da massa salarial para cada 1% de incentivo a melhora foi de 0,49; e que também houve melhora no emprego. No entanto, o economista do IMB, Anderson Mutter Teixeira, fez questão de ressalvar, em entrevista à Sagres, na quarta-feira (18) que o estudo não constatou impacto do Fomentar/Produzir na geração de empregos.

Paschoal discorda da análise do IMB, reforçada por Anderson Mutter, coordenador do trabalho, sobre o elevado custo do emprego. “Não foi levado em conta a questão do em emprego indireto. Pois para cada um direto há três indiretos e os efeitos multiplicadores de renda na economia pelo aumento da massa salarial e dos investimentos”, disse o economista e professor da UEG.

Segundo ele, como o período analisado de 2005 a 2016 foi de crise econômica mundial e nacional, os programas Fomentar e Produzir diminuíram seu impacto, mas ressalva que, apesar disso, foram muito importantes para o desenvolvimento de Goiás. “Portando discordo da interpretação dada pelos técnicos do IMB.” Anderson Mutter explicou à Sagres que na metodologia do trabalho, de inferência causal, há um controle pelo PIB e, por isso, as oscilações deste indicador são levadas em consideração.

*Matéria alterada às 10h35