O presidente nacional do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Eduardo Machado, concedeu nesta segunda-feira (10), uma entrevista exclusiva à Rádio 730, durante o programa Primeiro Tempo da Notícia.

No diálogo com os jornalistas Cléber Ferreira, Eduardo Horácio, e Rubens Salomão, Machado analisou sua gestão à frente do partido e comentou as articulações políticas que têm sido formadas em Goiás para as eleições de 2018. Confira:

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Rubens Salomão: – O senhor chegou a não ser presidente do partido. O senhor segue como presidente do PHS? Como está a situação hoje?

Eduardo Machado: O que aconteceu foi que, em abril deste ano, um grupo de “golpistas” fez uma conspiração e forjaram uma ata, fraudulenta, baseada em uma certidão falsa para tentar dizer que eu não era filiado ao partido. Esse grupo conseguiu registrar essa ata em um cartório de Brasília e ai eu fiquei cerca de 15 dias fora do cargo e tive que provar que realmente era filiado. Foi muito ruim principalmente pelo abalo da credibilidade nacional da legenda. O PHS vinha crescendo em um ritmo extraordinário e ficamos muito tempo parados em virtude dessa guerra judicial.

Eduardo Horácio: – Mas além da irregularidade da filiação, a petição também fala de acúmulo irregular de cargos e salários recebidos por Eduardo Machado.

presphsestudioEduardo Machado: A ata que me afastou, a do dia 24 de abril, trata exclusivamente do assunto filiação. Isso é tão questionável que mesmo que eu não fosse filiado, o estatuto do PHS determina que entende-se por filiado, todos os presidentes municipais, regionais e nacional. Quanto à essa questão do acúmulo irregular de cargos, é o seguinte: pra começar, o estatuto do PHS não proíbe esse acúmulo.

Rubens Salomão: – O senhor foi eleito presidente nacional do PHS. O que mudou das eleições pra cá? Por que alguns membros do partido querem a sua saída do cargo?

Eduardo Machado: Eu tenho um projeto no PHS que consiste em eleger 20 deputados em 2018. Porém, pra fazer 20 deputados o partido tem que ter estrutura financeira para isso e estávamos fazendo esforços para juntar esses recursos. Acontece que a nossa conta (do partido) foi “engordando muito” e nisso muita gente colocou “olho gordo”.

Cléber Ferreira: – Em Goiás, o que o PHS quer?

Eduardo Machado: Queremos montar uma chapa de candidatos a deputado federal.

Cléber Ferreira: – O deputado Jean Carlo (PHS) estará nessa chapa?

Eduardo Machado: Possivelmente não.

Rubens Salomão: – Por que o deputado Jean Carlo foi retirado da presidência estadual? Ele alega ter saído porque o PHS mudou alguns posicionamentos e que ele gostaria de permanecer na base do governador Marconi Perillo (PSDB).

Eduardo Machado: Um belo dia ele telefonou para o nosso tesoureiro nacional, Murilo Oliveira, e disse para o nosso tesoureiro que havia montado uma rede de clínicas de imunização e que estava pleiteando financiamentos junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Por ele (deputado Jean Carlo) ser dirigente partidário, ele não estaria conseguindo esse financiamento. Então, em razão disso, ele (deputado Jean Carlo) pediu para sair. Por algum motivo alheio ao meu conhecimento ele (deputado Jean Carlo) começou a dizer que eu estava indeciso sobre ser presidente nacional ou estadual. Na verdade eu estava era ajudando ele.

Rubens Salomão: – Por que o senhor acha então que ele (deputado Jean Carlo) ficou insatisfeito no partido? O PHS continua na base do governador Marconi?

Eduardo Machado: Exatamente, o PHS não está na base e já definimos que apoiaremos Ronaldo Caiado para o governo. Ele (deputado Jean Carlo) viu que não seria bom para ele permanecer em um partido que não está junto com o governo.

Eduardo Horácio: – O senhor acha que existe relação direta entre essa tentativa de destituição do senhor da presidência do PHS e esse apoio ao senador Ronaldo Caiado (DEM)?

Eduardo Machado: Não acredito nisso. São interesses de pessoas – membros do grupo que eram dirigentes do partido – que sonharam em estar no meu lugar mas erraram na forma do golpe. Fizeram um golpe totalmente fraudulento, “sem pé nem cabeça”, e se deram mal.

Rubens Salomão: – Se o Caiado não for candidato e fizer uma composição com algum candidato do PMDB, o senhor apoiará?

Eduardo Machado: Eu não consigo imaginar que o Caiado não será candidato. Eu acredito que ele (Caiado) vai ter o apoio do PMDB.

Eduardo Horácio: – O senhor chegou a conversar com José Eliton?

Eduardo Machado: Eu conversei sim. São vários fatores. Mas como disse o deputado Delegado Waldir (PR) um dia, “o ônibus já está cheio demais e não tem lugar para sentar”.

Rubens Salomão: – Analisando as articulações em Brasília, o senhor acredita que Temer vai cair e Rodrigo Maia (DEM) será presidente?

Eduardo Machado: Eu acredito que Temer vai cair e Rodrigo Maia será presidente. O Maia é popular junto aos deputados. Eu afirmo pra vocês que hoje ele (Rodrigo Maia) é 10 vezes mais forte do que quando foi eleito. Essa troca de presidente é péssima para o Brasil, não estou defendendo o Temer, mas essa crise é ruim em termos econômicos.