Educação: Governo tem desafio de retomar aprendizagem no pós-pandemia

Foto: Fátima GAvioli em Oficina de Apropriação dos Resultados do Saeb, com o Instituto Unibanco. (Crédito: SEDUC)

Já no discurso de vitória, na noite do dia 2 de outubro, o governador Ronaldo Caiado (UB) estabelecia a Educação como prioridade para o segundo mandato, que começa no próximo dia 1º de janeiro. “Educação foi discurso de muitos políticos (…), mas é uma realidade essa transformação que faremos na educação do estado de Goiás”, bradava o vencedor, em frente ao Palácio das Esmeraldas.

As declarações ocorriam menos de um mês após a perda da primeira posição nacional no resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), em setembro. O estado, que ocupou o primeiro lugar três vezes, foi superado pelo Paraná. Os estudantes goianos obtiveram nota 4,5 no ensino médio, contra 4,7 na edição anterior, em 2019. Além da nota mais baixa, Goiás também acompanhou a média nacional com perdas na proficiência medida em português e matemática (veja gráficos).

A retomada da aprendizagem, afetada em todo o país pela ausência dos alunos em sala de aula durante os anos de 2020 e 2021, é a principal meta do governo para o segundo mandato. “O desafio primordial para 2023 é melhorar o índice de aprendizagem e investir mesmo, muito forte, na recomposição da aprendizagem”, define Patrícia Morais Coutinho, que superintendente de Organização e Atendimento Educacional, da Secretaria Estadual de Educação (SEDUC), em entrevista ao Sagres Online.

Desigualdade

Avaliação da própria SEDUC aponta que a retomada da aprendizagem no ensino público depende de medidas que reduzam a disparidade de condições entre os estudantes. “É preciso reduzir essas desigualdades que temos e garantir que o estudante aprenda de fato”, avalia Patrícia Coutinho.

Segundo a superintendente, parte do desafio foi cumprido com os investimentos em estrutura, ao longo dos últimos quatro anos com aquisição de uniformes, tênis, material escolar, além do programa Dignidade Menstrual, para as meninas de baixa renda, e  a entrega de chromebooks e notebooks para professores e estudantes do 9º ano e da 3ª série.

Foto: Superintendente da SEDUC, Patrícia Coutinho. (Crédito: SagresOn)

“Tudo isso impacta na aprendizagem. A rede estadual, durante a pandemia, investiu muito em infraestrutura, o que oferece melhoria na aprendizagem porque o aluno fica em espaço mais confortável”, avalia Patrícia.

“A gente vai continuar investindo nisso e melhorando cada vez mais as nossas escolas, mas, no ano que vem, nossa meta principal é avançar na aprendizagem e isso requer investimentos em formação de professor, estruturação de material didático, avaliação diagnóstica e acompanhamento dentro das escolas. Então, esse é o investimento principal que a gente precisa garantir em 2023”, antecipa.

Prazo

A própria secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, aponta a retomada da aprendizagem como maior desafio para a pasta no próximo ano, mas avalia que o cumprimento do objetivo ainda deve demorar. Em entrevista ao jornal O Popular, Fátima valorizou os resultados depois do primeiro ano de retomada das aulas presenciais.

“Foi um grande desafio em todo o País. A Seduc conseguiu fazer a busca ativa de estudantes. Muitos professores, diretores e coordenadores regionais fizeram esta política pública se tornar uma realidade. A busca ativa reduziu a evasão estimada de 30% para 7%. Agora, a recomposição da aprendizagem vai demorar mais”, considerou.