Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o ambiente digital pode ser uma alternativa de acesso à informação, educação, trabalho e até socialização entre amigos e familiares. Mas como fica o desenvolvimento das crianças nesse contexto? Refletindo sobre tal situação, em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, a educadora Raquel Franzim explicou como as crianças têm se relacionado com o mundo digital, e qual o papel da família, escola, empresas de tecnologia e do governo nessa interação.

“O ambiente digital oportuniza muitas situações de aprendizagem, de convivência, ainda que remota, e de desenvolvimento integral. Se a gente parar para pensar, o ambiente digital é um espaço social com todos os reflexos que a sociedade tem, positivos ou negativos”, esclareceu a educadora, sobre a tecnologia na eliminação de barreiras sociais e os diversos caminhos de aprendizagem.

Para garantir os direitos das crianças no mundo digital, a educadora ressalta a necessidade de responsabilidade no desenvolvimento de produtos e serviços que assegurem uma experiência digital ética, segura e criativa para todos. “Cabe às famílias, à escola e aos produtores e provedores de tecnologias criarem espaços, produtos e relações que possam potencializar os benefícios que esse ambiente oferece.”

Garantias de proteção dos dados das crianças frente à exploração digital dependem da família, nas também do governo e das empresas de tecnologia. “A internet vai exigir das famílias uma observação, e muito diálogo. Mas as famílias, como eu havia falado anteriormente, não podem ser as únicas responsáveis por essa relação positiva”, acredita a especialista, e completa que “essa relação positiva é fruto de uma responsabilidade compartilhada.”

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #53

O que é ser criança no mundo digital?

O Instituto Alana, com o apoio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), da SaferNet e do portal Lunetas, realiza o evento “Ser Criança no Mundo Digital – série de conversas online”. Os diálogos terão intérprete de Libras e legenda em tempo real e serão transmitidos no link sercrianca.alana.org.br, mesmo link onde são feitas as inscrições.

Confira a programação:

O PAPEL DA EDUCAÇÃO
17 de julho, às 17h – “A participação das crianças no mundo digital”
Abordará os modos de ser, conviver e participar deste ambiente e a importância de estimular a cidadania digital. Com Inês Vitorino, Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas; Ariane Cor, cofundadora do Minas Programam e mediação de Raquel Franzim, coordenadora da área de Educação do Instituto Alana.

24 de julho, às 17h – “Tecnologia como oportunidade de educação para todos”
O diálogo será sobre tecnologia na eliminação de barreiras sociais e os diversos caminhos de aprendizagem. Com Rita Bersch, mestre em design pela UFRGS, com pesquisa na área de Tecnologia Assistiva; Odara Delé, professora da rede estadual de ensino de São Paulo e criadora do projeto e aplicativo Alfabantu; e mediação de Raquel Franzim, coordenadora da área de Educação do Instituto Alana.

O PAPEL DO GOVERNO, DAS EMPRESAS E DAS PLATAFORMAS DE TECNOLOGIA
7 de agosto, às 17h – “Como garantir os direitos das crianças no mundo digital?”
Será abordado a responsabilidade do desenvolvimento produtos e serviços que assegurem uma experiência digital ética, segura e criativa para toda criança. Com Natália Neris, mestre em Direito e Desenvolvimento na Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas; Paulo Rená, mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília; com mediação de Pedro Hartung, coordenador dos programas Prioridade Absoluta e Criança e Consumo, do Instituto Alana.

14 de agosto, às 17h – “Exploração comercial da criança no mundo digital”
O diálogo será sobre as garantias de proteção dos dados das crianças frente à exploração de todo tipo, inclusive comercial. Com Danilo Doneda, advogado e professor; Kelli Angelini, mestre em Direito Civil pela PUC-SP e gerente da Assessoria Jurídica do NIC.br; e mediação de Isabella Henriques, advogada e diretora executiva do Instituto Alana.