O maior acidente radiológico do mundo, com o Césio 137, em Goiânia, trouxe problemas psicológicos para as vítimas. É o caso de Devair Alves Ferreira, que morreu sete anos depois do acidente, devido ao alcoolismo desencadeado por depressão e culpa.
Devair Alves era um dos donos do ferro velho, que abriu a cápsula com o elemento. De acordo com o irmão de Devair, Odesson Alves Ferreira, presidente da Associação das Vítimas do Césio, Devair era uma pessoa depressiva e que se sentia culpado pelo acidente.
“Ele queria morrer, a gente tentava tirar ele do vício, internamos ele algumas vezes, mas ele não queria ficar e não ficava mesmo.”, é o que afirma Odesson Alves.
Para o presidente da Associação das Vítimas do Césio, Devair se encantou com o brilho da substância. “Ele amava a pedra. Ele se apaixonou pelo brilho da morte.”
Na certidão de óbito de Devair Alves está registrado que a causa da morte foi cirrose hepática. Mas para Odesson, o alcoolismo do irmão foi desencadeado pela culpa e depressão pela abertura da cápsula.