Anda de jeitos diferentes, desde o dia 5, para os quatro principais candidatos a governador: Marconi Perillo (PSDB), Iris Rezende (PMDB), Vanderlan Cardoso (PSB) e Antônio Gomide (PT).

 

Bom é acompanhar os arrazoados.

 

Para Gomide, o ponto alto será o programa eleitoral no rádio e na TV. Aí é que ele se apresentará ao eleitorado, mostrará a que veio e dará a arrancada definitiva rumo à vitória.

 

Em visita à Tribuna do Planalto há duas semanas, ele disse que sua meta é chegar no primeiro dia de programa com 16 pontos nas pesquisas de intenção de voto. Ganhar então será mera consequência.

 

A equipe de Vanderlan tem feito raciocínio parecido. Avaliam que a população ainda não está ligada em eleição, o que só vai acontecer quando os programas começarem. Ponto para Vanderlan, calculam, apesar dos cerca de dois minutos que terá para aparecer e dar o seu recado.

 

Vanderlan e Gomide fazem campanha, por ora, com os pés no chão. Literalmente. Fazem disso, também, discurso: querem estar em contato direto com o povo, querem pegar na mão do eleitor, querem ouvir o povo.

 

Bonito.

 

Seus comandos de campanha compartilham uma mesma visão estratégica: eles sofrem de desconhecimento crônico.

 

Não são conhecidos pelos goianos, logo suas intenções de voto são pequenas. Elementar.

Isso vai mudar, ponderam, quando forem expostos nos programas eleitorais.

 

Crescendo juntos como terceira via, um anula o outro? Cada qual entende que apenas ele vai em frente.

 

Legal.

Gomide tem estrutura pequena e um partido que já esteve mais envolvido com seu projeto.

Nesta campanha, a militância petista, conhecida por sua garra e participação, parece mais a torcida do Goiás: grande… e fria. Está assim. Por que? Procura-se resposta.

 

Vanderlan está em campanha há quatro anos.

 

Porque, terminada disputa de 2010, em que ficou no primeiro turno, iniciou uma longa caminhada como pré-candidato. Sempre admitiu isso, sempre alardeou, nunca deixou de andar por todos os cantos do Estado nesta condição.

 

Então.

 

Vanderlan e Gomide esperam ganhar a eleição em pouco mais de 40 dias, sem estrutura mas com muita fé.

 

Iris Rezende tem estrutura de partido, embora dinheiro de menos.

 

Celg, Saneago, polícia e PMDB têm em todos os municípios. (Antigamente entrava nesta lista o Bradesco.)

 

Só que essa capilaridade de nada serve se está lá, à espera. De quê? De comando, ação, um sinal de vida, pelo menos, da campanha. Da campanha que está em Goiânia, no escritório, na vontade. Que não ‘está’ campanha.

 

Iris é um candidato em ritmo juvenil com um partido em letargia senil.

 

Iris acorda e dorme pensando e agindo como candidato, mas está arrastando um PMDB que parece não querer campanha agora, nem quer depois.

 

Há pessoas empenhadas em eleger Iris. São elas que não deixam a campanha morrer. O prenúncio é inclusive de uma disputa com mais sustança na estrutura.

 

No comando do partido, porém, está tudo como dantes: as coisas não andam, não acontecem, não deslancham.

 

O partido não tem comando, não tem partido para lugar nenhum. Como quem não quer se comprometer.

 

Reflexos da falta de Júnior Friboi? Ou retrato de uma legenda que esqueceu o que é ganhar? Que se conformou em viver de perder? Que sempre encontra uma desculpa para não agir, nem reagir?

 

À parte alguns poucos amigos e seguidores, é Iris sozinho contra Marconi e também contra esse PMDB.

 

Os problemas de campanha do PMDB são os mesmos de 1998, 2002, 2006 e 2010. Como acentuou o ex-senador Mauro Miranda à Rádio 730, um partido com medo do PSDB.

Nesse ambiente, a campanha que nada tem a reclamar é a de Marconi Perillo.

 

Marconi tem a máquina a seu favor. Tem governo. Tem verba de publicidade. E tem os adversários que tem.

 

Ano passado pesquisas qualitativas mostravam sua avaliação mais pra negativa do que pra positiva, intenção de voto menor que a de eleições anteriores. Teto baixo.

(LEIA MAIS AQUI – Serpes: para Marconi, o ‘teto’ é mais embaixo. Para os outros, é só o começo – http://massaepoder.com.br/politica/1200-serpes-para-marconi-o-teto-e-mais-embaixo-para-os-outros-e-so-o-comeco)

 

Se não dá pra dizer que Marconi ‘pede’ pra ser derrotado, está claro que a população anseia há tempos por uma alternativa. Mudança.

 

E o que se vê: filme velho com cartaz novo.

 

Marconi faz o habitual discurso defendendo campanha em ‘alto nível’ (a dele) contra o ‘baixo nível’ dos adversários.

 

Trata de alardear pesquisas boas – para ele.

Põe o governo para funcionar em sua direção, eliminando com esforço concentrado os focos de resistência e desgastes administrativos.

 

E faz o inimigo trabalhar a seu favor: vai à presidente Dilma, que é do PT, e posa de companheiro em foto que vira arma contra os petistas e aliados dela no Estado.

 

Usa Dilma para se livrar da pauta negativa chamada Caso Celg.

(LEIA MAIS – Em audiência com Dilma, Marconi pede liberação de recursos para a Celg – http://diariodegoias.com.br/editorias/politica/6910-em-audiencia-com-presidente-dilma-marconi-pede-liberacao-de-recursos-para-a-celg)

 

Marconi cresce principalmente nos erros dos adversários.

 

Como pode um partido entrar na justiça contra um veículo de comunicação e achar que isso vai resultar em coisa boa?

 

Essa ação do Jurídico da campanha peemedebista contra o Diário da Manhã para tentar barrar matérias/propaganda é um tiro no pé sem tamanho.

 

Ajuda providencial aos marconistas. Ou há algo mais que erro estratégico neste caso?

Nada pior para Iris Rezende do que ser carimbado com algo que remeta à censura. Logo ele, que se orgulha de ter feito o primeiro comício das Diretas Já, quando governador.

 

Marconi diz que não está em campanha, embora toda sua agenda, institucional e não – ou seja: antes, durante e depois do expediente –, é campanha.

 

O que ele não fez ainda foi colocar a campanha nas ruas. Quer dizer: investe no aumento da perspectiva de poder agora e deixa a festa para depois.

 

Quando for para as ruas, Marconi levantará bandeiras e mostrará, de novo, a camisa azul.

A resposta à pergunta do início talvez seja outra pergunta: mas já não terminou?

 

Eleição não começa nem termina: caminha. 2018 vem aí. E tem agosto.

 

O quadro de momento é este. Nada que não possa mudar.

Não é esta a eleição da mudança?

(LEIA MAIS AQUI – Eleição na teoria e na prática – http://massaepoder.com.br/politica/1198-eleicao-na-teoria-e-na-pratica

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