O vereador por Goiânia, Elias Vaz (PSB), concedeu nesta sexta-feira (12) uma entrevista exclusiva à Rádio 730, na qual avaliou a homologação da licitação para a contratação de uma nova empresa especializada em instalação e manutenção de fotossensores de velocidade nas ruas de Goiânia.
Os fotossensores foram retirados das ruas de Goiânia em virtude do término do contrato da empresa que administrava o serviço anteriormente, a Trana. A prefeitura de Goiânia informou que a empresa vencedora do processo licitatório – Eliseu Kopp e Cia LTDA – começará a instalar os equipamentos na Capital nos próximos 15 dias, assim que o contrato for assinado.
Os vereadores da Câmara Municipal de Goiânia, membros da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade (SMT) recomendaram que a Prefeitura não efetive o contrato.
O vereador Elias Vaz – que preside a CEI – afirma que existem irregularidades na proposta apresentada pela Eliseu Kopp. “Queremos saber detalhes dos gastos previstos na planilha de custos e de todo o processo licitatório. Na proposta da Eliseu Kopp nós observamos algumas incongruências, por exemplo, com relação à cobrança de energia elétrica. Enquanto a empresa Trana, que era superfaturada, cobrava R$ 7 mil de energia em 2010 – e ai é claro que não descartamos as correções inflacionárias – a Eliseu Kopp tá cobrando R$ 3 milhões e oferecendo poucos equipamentos a mais. É uma coisa que realmente não dá pra aceitar”, enfatiza o vereador.
A discussão em torno da instalação dos fotossensores colocou novamente em pauta um projeto do Instituto Federal de Goiás (IFG) – datado de 2009 e que não foi realizado na época – voltado para a criação de fotossensores em Goiânia. O firmamento de um termo de cooperação entre o IFG e a prefeitura chegou a ser cogitado durante reunião realizada em março deste ano – no Instituto – da qual participaram: o promotor de Justiça Fernando Krebs, Elias Vaz, o reitor do Instituto Federal de Goiás (IFG) Jerônimo Rodrigues da Silva e o secretário Municipal de Trânsito, Felisberto Tavares.
O estudo formulado pelo IFG prevê que os equipamentos de fiscalização sejam de propriedade da própria prefeitura, além de conter uma pesquisa detalhada sobre as características do trânsito de Goiânia.
De acordo com Elias Vaz, além do projeto ser mais viável economicamente em comparação com a proposta da Eliseu Kopp, o Instituto possui capacidade técnica suficiente para responsabilizar-se pela prestação do serviço. “Nós precisamos sair da dependência dessas empresas e uma dessas saídas seria o convênio com o IFG. Se nós tivéssemos feito o acordo com o IFG em 2009, teríamos gasto nesses últimos oito anos cerca R$ 30 milhões com manutenção e instalação. Nesse mesmo período, nós gastamos com a empresa mais de R$ 50 milhões só com aluguel”, calcula.
Câmara Municipal
Desde o início do ano, os parlamentares têm se articulado buscando alianças políticas na Câmara Municipal. Como consequência desse processo, os vereadores da oposição e da base se dividiram até o momento em três blocos: “Por uma Goiânia melhor”, “Juntos por Goiânia” e “Pró-Goiânia”.
Passados quase cinco meses após assumir o cargo, o prefeito Iris Rezende (PMDB) ainda não indicou um líder na Casa, fato que tem deixado parte dos vereadores incomodados. Segundo o vereador Elias Vaz, a demora na indicação pode ter relação com o aumento da oposição à gestão de Rezende. “Até o Pedro Wilson era mais rápido para tomar decisões. Eu acho que o Iris está patinando muito não só nessa questão (indicação do líder) como em outras questões também. Acho que esse discurso de jogar toda a culpa no Paulo Garcia já está desgastado”, afirma.
Confira a entrevista na íntegra:
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