No ano passado, de 30 de dezembro a 30 de março, Goiás registrou 11 mil casos de dengue. O número foi considerado preocupante. Com um novo tipo de vírus circulando, era previsível que haveria um aumento este ano. O que ninguém sabia é que este aumento seria tão expressivo: 704%. Isso porque nas 13 primeiras semanas de 2013, foram confirmados 91.243 casos. E esse número continua subindo.

Segundo dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde, pelo menos sete mortes por dengue já foram confirmadas. Outras 51 estão sob investigação. O Coordenado de Controle da Dengue em Goiás, Murilo Carmo Silva, explica o aumento de casos de dengue no estado. “Goiás tinha algumas características epidemiológicas no ano passado que favoreceram esse aumento quantitativo de casos. Por exemplo, o período chuvoso tem contribuído. Outra explica lógica é a existência de um novo tipo de vírus, que quando circula encontra a população imunologicamente desprotegida,” justifica.

Goiânia tem mais de 42 mil casos e está no topo do ranking. Em segundo está Aparecida de Goiânia, com mais de 7 mil casos, seguida de Itumbiara, Rio Verde, Anápolis, Trindade, Porangatu, Senador Canedo, Jataí e Mineiros. Ou seja, a dengue não escolhe quem, nem onde vai atacar.

Dos 246 municípios goianos, 158 foram classificados como de alto risco. 55 têm risco médio, 26, baixo risco. Apenas sete municípios não apresentaram dados sobre a doença, são os chamados “municípios silenciosos”. Para tentar diminuir o número de casos e o número de mortes, a orientação continua sendo o item mais importante.

Murilo lembra que todos devem participar para que o Aedes aegypti não se reproduza e prolifere. “O combate a dengue não tem nada de novo. A maioria dos focos do mosquito está em casas. Então a sociedade tem a possibilidade estar nos ajudando. O combate é de responsabilidade de todos e não apenas do governo,” cita.